No dia 17 do corrente mês uma notícia – esperada, mas
desacreditada – foi dada por parte da Presbiterian
Church United States of America (Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos): aprovou-se o casamento
homossexual[1].
Em sua assembleia geral, o teor de seu estatuto foi mudado para que pudesse
contemplar a união homo afetiva dentro de seus parâmetros religiosos e
confessionais, podendo, inclusive, ser realizada cerimônia aos moldes bíblicos,
praticados numa cerimônia hetero afetiva. Mas isso já era de se esperar. Em
2010, em sua 219ª assembleia geral, foi aprovada a ordenação de ministros
abertamente homossexuais e, em 2011, Scott Anderson foi o primeiro homossexual
a ser ordenado ao sagrado ministério[2],
fruto dessa aprovação.
Está claro que tais aprovações, e muitas outras que podem
chocar mais pela não aceitação da IPB do que pelo ato aprovado em si, como a
ordenação feminina ao sagrado ministério, praticado pela PCUSA desde 2011
também, está intimamente ligado ao Liberalismo teológico. A Bíblia, na visão
deles, deve ser submetida a um julgamento cultural de nossa parte e devemos
“acatar” somente aquilo que condiz com o pensamento de nossa cultura. Por isso,
todos os textos que condenam as práticas dessa denominação ao longo dos anos,
são ignorados e “perdem” seu caráter revelacional, tornando-se apenas palavras
de homens.
Esse “Liberalismo” surge sempre colocando a autoridade das
Escrituras em xeque e transformando as inegociáveis Leis, prescrições e
mandamentos do Senhor como algo mais fácil, simples e, geralmente, como Balaão
fez, tornando a vida cristã mais simples e mudando os conceitos, fazendo com
que aquilo que Deus proibira anteriormente, seja, agora, praticado e apoiado biblicamente.
É como se Deus fosse conivente com o pecado e o aprovasse, tirando o caráter pecaminoso
de nossos atos. Aliás, segundo esse movimento, pecado está submetido a uma
análise pessoal, em que cada um faz aquilo que acha certo e não pode repudiar o
erro, pois os conceitos de certo e errado, segundo esse pensamento, não são
absolutos, mas sim relativos, depende de quem está olhando. Todo o critério é
subjetivo.
Considerando os atos da PCUSA, claro que não podemos dizer
que a ordenação feminina ao ministério da Palavra, diaconia e presbiterato não
são moralmente condenados como a ordenação de homossexuais ao ministério. Mas
precisamos entender que todo erro gigantesco começa com um pequeno deslize. Se
submetermos o anti-feminismo religioso a uma questão cultural apenas, e
aprovamos mudança por que nossa cultura já é diferente, então abriremos espaço
para submetermos outras questões à cultura e, a longo prazo, começaremos,
também, a negociar questões inegociáveis para Deus. Mas este movimento não diz
respeito apenas aos embates teológicos. Essas práticas estão intimamente
ligadas a nossa cosmovisão e se traduz nas práticas naturais e pré-teóricas do
cotidiano de todos nós.
Quando pensamos em defender questões que a bíblia se coloca
contrária, apenas porque não queremos abrir mão de algumas práticas, ou porque
não damos tanto peso a alguns erros em detrimento de outros e já não mais os
condenamos, estamos fazendo o mesmo que a PUCSA fez em relação à ordenação e ao
casamento homossexual. Sempre que optamos pela “mentirinha branca”, “mentirinha
santa”, pela “inveja santa” ou até defendemos a prática sexual antes do
casamento, como modelo bíblico e prescrição inegociável para Deus, apenas
dizendo que nossos tempos mudaram e que esses costumes são “antigos” e “arcaicos”,
estamos, também, submetendo a verdade do evangelho ao nosso pensamento e àquilo
que aprovamos ser ou não condenável. Em todos esses casos, estamos tornando a
nossa consciência, nossa moral, nossa cultura e nossos tempos como juízes definitivos
para legislarem e até julgarem as práticas de nossos tempos. Deixamos de ter a Bíblia como regra de fé e prática
para termos nossa consciência e nossos achismos relativos como guia de
orientação para a vida. A Bíblia deixa de ser nossas orientações para serem
apenas aconselhamentos e, como diz o adágio popular e é o que a maioria pensa, se conselho fosse bom não se dava, vendia.
Com isso, ouvimos apenas onde, quando e como queremos. Remova a Bíblia como
base para nossas vidas e todo o prédio ruirá (Mt 7.24-27)!
Está claro para nós que, se ao invés de submetermos nossos
pensamentos e cultura à aprovação do evangelho, quisermos submeter o Evangelho
a aprovação dos nossos pensamentos e cultura, vamos retirar toda a Inspiração e
Inerrância das Escrituras e vamos acabar fazendo como a PCUSA em nossos atos individuais:
fazer aquilo que achamos ser o melhor e mais “aceitável”, “prazeroso” e
“conveniente” aos nossos olhos e sociedade.
Pode ser que, moralmente falando, ainda condenemos a atitude
que a Igreja Americana tomou em relação ao assunto em questão. Mas cometemos os
mesmos condenáveis erros quando deixamos de defender e viver aquilo que a Bíblia
aprova ou desaprova porque achamos que não se aplica mais à nossa realidade por
se tratar de um texto arcaico em que o contexto era diferente. Não podemos
esquecer que o Deus Soberano revelou-se num tempo, região e cultura
específicos, segundo Sua vontade.
Para combater esses erros perniciosos e muitos outros, precisamos
bradar como fizeram nossos irmãos no passado: “O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de
ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de concílios,
todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e
opiniões particulares, o Juiz Supremo, em cuja sentença nos devemos firmar, não
pode ser outro, senão o Espírito Santo falando na Escritura.” (CFW I.X). Sustentemos essa mensagem!
Levemos o Pendão Real[3]
que nos entregou o Rei e voltemos ao evangelho!
Um pendão real vos entregou o Rei
A vós, soldados seus!
Corajosos, pois, em tudo o defendei,
Marchando
para os céus.
Com valor! Sem
temor!
Por Cristo
prontos a sofrer,
Bem alto
erguei o seu pendão
Firme, sempre, até morrer!
Eis formados já terríveis batalhões
Do grande usurpador!
Revelai-vos hoje bravos campeões!
Avante,
sem temor!
Quem receio sente no seu coração
E fraco se mostrar,
Não receberá o eterno galardão
Que Cristo
tem pra dar!
Pois sejamos todos a Jesus fiéis
E a seu real pendão!
Os que da vitória colhem os lauréis
Com ele reinarão!
(D. W. Whittle – H. M. Wright)
Obs.: Graças a Deus, a IPB se desligou
dessa denominação há algumas décadas e não aprova sua funcionalidade, liturgia
e visão teológica. Deus nos conserve Fiéis em Sua Palavra, até ao fim!