Hoje,
07 de setembro, comemoramos 1989 anos desde que Dom Pedro, então Príncipe
Regente, do Brasil, proferiu as palavras que ficaram eternizadas na história
deste pais: Independência ou Morte.
Este evento, a quase 2 séculos, resultou na separação do Brasil e da coroa
portuguesa de forma que este, agora, teria a oportunidade de andar com as
próprias pernas e se tornar uma nação independente e autônoma, combatendo os
males que já perduravam desde que Pedro Alvares Cabral chegara por aqui, em 22
de Abril de 1500 d.C. Esta parte da história a maioria de nós, se não todos,
sabemos. Mas o que levou a separação do Brasil de Portugal e que fez Dom Pedro
proferir este brado de Independência? Vejamos um pouco do Contexto desse
evento:
“O século XIX foi
marcado pelo domínio do imperador francês, Napoleão Bonaparte. Esse
constituiu um império europeu e as nações dessa região viam-se obrigadas a
obedecer as condições estabelecidas por ele. Napoleão tinha como principal
inimigo a Inglaterra. Por isso, o imperador instituiu aos países aliados que
quebrassem vínculos com a nação inglesa. Diante desses aspectos, Napoleão
estabeleceu o Bloqueio Continental afim de gerar impacto
econômico no oponente e fortalecer a França. Obs.: o Bloqueio Continental aconteceu em 21 de
novembro de 1806 e consistiu na proibição das nações sob o domínio da França de
comercializarem com os ingleses. Esse acontecimento gerou o fechamento dos
portos de países europeus à Inglaterra. Portugal era aliado a Inglaterra.
Nesse período quem governava a nação era D. João. Esse sofreu pressões da
França para que fechasse os portos para os ingleses, sob ameaça de invasão
francesa. Diante desse dilema, D. João e os membros da Família Real fugiram
para o Brasil. Os ingleses protegeram Portugal durante a fuga da corte para o
Brasil. Porém, eles exigiram que os lusitanos adotassem algumas deliberações
como o fim do pacto colonial e o acesso livre ao comércio no país.”[1]
“A Família Real chegou no Brasil, no dia 22 de janeiro de
1808, em Salvador-BA. Ele cumpriu a exigência feita pelos ingleses e
estabeleceu o Decreto de Abertura dos Portos do Brasil aos países amigos de
Portugal.”[2]
Em 1816 a rainha Dona
Maria I veio a Falecer e seu filho, Dom João, passou a reinar o Reino de
Portugal, Brasil e Algarve. Em 1818 ele foi coroado rei e passou a ser chamado
de Dom João VI.
Nesse período o Brasil
passava por grandes revoluções separatistas, pois desde aquela época, a carga
tributária era altíssima e a riqueza do país não era investida aqui, mas ficava
à mercê da corte portuguesa e dos nobres e sendo levada, por meio de impostos,
para Portugal. Algumas das principais revoluções separatistas foram: 1) Inconfidêcia Mineira, que em 1789
marcou a revolta dos “donos de minas, ricos comerciantes, intelectuais, pobres
e militares. Eles protestavam contra os altos impostos cobrados por Portugal e
pela Independência do Brasil. Os principais inconfidentes foram Álvares Maciel,
Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Cláudio Manoel da Costa e Silva
Alvarenga. O líder dessa revolta foi Joaquim José da Silva Xavier, conhecido
como Tiradentes. “; 2)
Revolta dos Alfaiates, ou conjuração baiana, “foi uma revolta ocorrida em
Salvador-BA, em 1798. Além da independência do Brasil eles exigiam o fim da
escravidão, uma política republicana e o livre comércio. Os líderes foram: João
de Deus Nascimento, Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga, Lucas Dantas do Amorim
Torres e Manoel Faustino dos Santos Lira.”
Em 1808, como
resultado da aliança entre Portugal e Inglaterra, os portos brasileiros foram
abertos aos aliados por decisão de Dom João e deixou de ser exclusividade
portuguesa. Isso, comercialmente, melhorou a situação do Brasil. “Mudanças sensíveis aconteceram no Brasil nesse
período, que ficou conhecido como Período Joanino. Essas mudanças ocorreram no campo cultural, econômico e até
mesmo político.” Com
esse feito dos portos, muitas outras situações melhoraram para o Brasil nesse
período Joanino. “Isso era muito importante, porque, até então, os
portos brasileiros estavam abertos apenas para embarcações portuguesas. A
abertura desses gerou a possibilidade um leque de oportunidades econômicas que
beneficiaria consideravelmente os comerciantes instalados em cidades, como o
Rio de Janeiro, à época capital do Brasil.
Por meio de d. João
VI, também foram tomadas medidas que permitiram a construção de universidades, teatros,
bibliotecas etc. Artistas e intelectuais estrangeiros
vieram para o país, e a circulação de conhecimento nele aumentou
consideravelmente. Apesar disso, a situação era razoavelmente estável, com
exceção de Pernambuco, que sediou a Revolução Pernambucana de 1817.”
Esta revolução ocorreu como resultado da morte
do brigadeiro português Manoel Joaquim Barbosa de Castro. O brigadeiro
português foi morto quando estava cumprindo as ordens do governador local de
prender o capitão José de Barros Lima, denunciado por participar de uma
conspiração. Barros Lima reagiu à voz de prisão, o que resultou na morte de
Castro. Após esse evento, a revolta espalhou-se por Recife e levou à
tomada da cidade pelos revolucionários. O governador da capitania de Pernambuco
abrigou-se em um forte local, o Forte do Brum, e logo embarcou para a cidade do
Rio de Janeiro. Após conquista de Pernambuco, os revolucionários instalaram
um Governo Provisório.
Esse Governo
Provisório aprovou uma série de medidas que foram colocadas em vigor: foi proclamada a República na
Capitania de Pernambuco, decretada
a liberdade de imprensa e credo, instituído o princípio
dos três poderes e aumentado o soldo dos soldados.
Todas essas mudanças iam em direção dos ideais liberais”[3]
Entretanto,
antes evento, já em 1815, Dom Pedro Elevou o Brasil do status de colônia
portuguesa para parte do Reino de Portugal, fixando o nome de “Reino de
Portugal, Brasil e Algarves”.
Em 1820
houve, em Portugal, a revolução dos portos. Este era o movimento dos burgueses
portugueses que exigiam que a sede do reino de Portugal fosse lá e não aqui.
Isso provocou a necessidade de Dom João VI retornar para Portugal e realizar
diversas reformas, em 1821, sob a ameaça de deposição do trono. Este deixou em
seu lugar, aqui, o Príncipe Regente Pedro de Alcantara, que passou a chamar-se
Dom Pedro I. “A independência do
Brasil aconteceu na medida em que a elite brasileira percebeu que o desejo dos
portugueses era restabelecer os laços coloniais. Quando a relação ficou
insustentável, o separatismo surgiu como opção política, e o príncipe regente
acabou sendo convencido a seguir esse caminho.”[4]
Em 1822 Dom Pedro Recebe
um ultimato de Portugal para retornar àquele Pais. Mas diante de sua
popularidade aqui no Brasil e tendo recebido apoio do senado Brasileiro à
época, em 09 de janeiro de 1822 este bradou: “Se é para o bem de todos e
felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. Em Maio
daquele ano ficou decidido que as decisões portuguesas só valeriam no Brasil se
Dom Pedro as aprovasse. Muitos eventos e acusações foram promovidas por
Portugal, e uma assembleia constituinte fora formada para promover uma
constituição brasileira, reforçando a necessidade de declarar a Independência
do Brasil, o que ocorrera às margens do Ipiranga, em 07 de setembro. Vale
destacar a influência de José Bonifácio, conselheiro de Dom Pedro I, e de Dona
Maria Leopoldina, a princesa regente. Depois disso houve reações que levaram à
guerra da independência do Brasil e este teve de pagar indenização à Portugal
no valor de 2 milhões de libras, fazendo o Brasil, única monarquia na américa
do Sul, ao endividamento. Dom Pedro, coroado Imperador, inaugurou a fase chamada
de Primeira Monarquia (1822-1831) Nesse período Dom Pedro e Evaristo da Veiga
compuseram o “Hino da Independência”, cujos primeiros versos, dizem: “Já
podeis, da Pátria filhos, Ver contente a mãe gentil; Já raiou a liberdade No
horizonte do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar
a pátria livre Ou morrer pelo Brasil.” Este hino, após a abdicação d trono por
Dom Pedro, ficou esquecido como símbolo Nacional, sendo resgatado somente em
1922, e somente em 1930, pelo ministro Gustavo Capanema, é que fora
regulamentado como o temos, hoje. Em 1831 é composto o “Hino Nacional
Brasileiro” e em 1890 surge o hino da “Proclamação da República”.
Nesse período de história,
desde a sua independência, o Brasil passou por Monarquia, República, Ditadura e
democracia, que se subdividem em diversas outras fases. Porém, em mais de 500
anos de história e em 199 de “liberdade”, o histórico do Brasil segue triste,
pois quase 200 anos depois ainda contamos com a desigualdade social, dívidas
externas e internas e uma briga para que, de fato, nos tornemos uma nação
soberana e independente. Nosso Desejo, expresso em nossos hinos oficiais, segue
sendo: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Das
lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País Hoje o rubro lampejo da aurora Acha irmãos, não
tiranos hostis[5]”;
“Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado E diga
o verde-louro dessa flâmula Paz no futuro e glória no passado Mas, se ergues da
justiça a clava forte Verás que um filho teu não foge à luta Nem teme, quem te
adora, a própria morte[6]”; “Os grilhões que nos forjava Da perfídia astuto
ardil... Houve mão mais poderosa: Zombou deles o Brasil. Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil[7].”
Aos meus irmãos cristãos,
conclamo como o poeta: “Do vasto Mato Grosso Até ao Ceará, Por vilas e cidades
Do Sul ao Grão Pará, Deste Evangelho santo Que nos legou Jesus, Ao povo
brasileiro Levemos nós a luz![8]”
Que Deus liberte o Brasil dos seus algozes e que abençoe cada Brasileiro com Sua
graça e poder. Que levemos adiante a palavra do Salmista: “Feliz a nação cujo
Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança.” (Sl 33.12).
[1] https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/independencia-do-brasil
[2]
Ibid.
[3] https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/a-revolucao-pernambucana.htm
[4] https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/independencia-brasil-1822.htm#:~:text=A%20independ%C3%AAncia%20do%20Brasil%20foi,uma%20monarquia%20que%20tinha%20d.
[5] Hino
da Proclamação da República Federativa do Brasil. Disponível em: https://www.letras.mus.br/hinos/hino-da-proclamacao-da-republica/
[6][6]
Hino Nacional Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm
[7][7]
Hino da Independência do Brasil. Disponível em: https://www.letras.mus.br/hinos/hino-da-independencia/
[8] Igreja
Presbiteriana do Brasil. Hino “A salvação do Brasil”. Nº 285 do Hinário
Novo Cântico.