Desde a reforma religiosa no século XVI, a
igreja Protestante defendeu com afinco os cinco pilares principais, que
sustentavam toda a teologia desenvolvida a partir dali. Em nossos dias, não é
diferente. Embora as igrejas evangélicas tiveram sua origem na reforma, nem
todas são reformadas e algumas sustentam doutrinas contrárias às Escrituras e contrárias
àquelas que formam a base teológica daquilo em que cremos. Esta base, ou
pilares, são conhecidos como os cinco
solas:
Sola Scriptura (somente as escrituras): Diante do posicionamento oficial da Igreja
que sustentava que além das Escrituras, a tradição e o posicionamento oficial
do “santo Padre” eram a palavra de Deus de forma autoritativa, os reformadores
entenderam e defenderam que somente as Escrituras tem voz e autoridade sobre a
Igreja de Cristo, uma vez que ela foi divinamente inspirada por Deus (2Tm
3.16-17). Somente ela poderia ser a palavra final para legislar sobre a igreja
e nada além dela poderia ter a mesma autoridade e a palavra dos líderes da
igreja deveriam basear-se exclusivamente nela.
Solus Christus (somente Cristo): Em 431 d.C. a igreja romana instituiu o
culto à Maria. Em 787 foi estabelecido o culto as imagens e em 933 a
canonização dos Santos. A Igreja passou a ensinar que Cristo, em sua obra
mediadora e redentora não era suficiente. As confissões não deveriam ser feitas
a Jesus, mas ao vigário erigido na Igreja. Esse tinha autoridade para perdoar
pecados e impor penitências para expiar os pecados. A reforma defendeu que
todos esses méritos e funções não são conferidos a homens, pois foram cumpridos
e praticados eficazmente em Cristo (Cl 1.13-23).
Sola Gratia (somente a Graça): A salvação, em momento algum, pode ser
creditada como mérito humano. A Reforma entendeu o princípio bíblico de que
estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1,5) e que, nesse estado,
não poderíamos salvar a nós mesmos. Não podemos optar pela salvação de maneira
natural porque o homem natural se opõe a tudo o que é espiritual (Gl 5.16-17).
Nada do que fizermos nos garante salvação. Ela é fruto exclusivo da
misericórdia e do favor de Deus que concede a quem quer.
Sola Fide (Somente a Fé): Uma vez q a salvação se dá em Cristo por
causa da Graça de Deus, não existe espaço para obras na ordo salutis (ordem da salvação). O meio pelo qual
a graça efetua a salvação em nossas vidas é a fé que o próprio Deus coloca em
nós. Ef 2.8-9 Paulo defende que apenas pela fé somos salvos em Cristo,
eliminando de nós qualquer possibilidade de a conquistarmos por meio de obras.
Nada do que fizermos, nenhum sacrifício nosso, pode creditar a salvação a nosso
favor. Já que é Deus quem o faz, é somente pela fé que o vemos e recebemos,
ainda que não compreendamos. Afinal, fé vai além da nossa compreensão (Hb
11.1-3).
Soli Deo Glória (Somente a Deus a glória): Deus não divide sua glória com ninguém (Is
42.8). Ele não dividia com Maria, com a Igreja, com os padres ou o Santo Padre.
Ele continua não dividindo sua glória nem com Cavino, Lutero, demais
reformadores, crentes e etc. Somente Deus é digno de honra, glória e louvor e
não fazê-lo é não confiar na sua suficiência e dignidade daquilo que Ele
requer. Culto, louvor e adoração, somente a Ele.
Continuemos a defender com o mesmo ardor e
afinco os pilares da nossa fé que, noutros momentos, resgatou a igreja dum
declínio total. Em nossos dias, essas bases têm sido violentadas por aqueles
que deveriam defendê-las, pois vão na contramão dos anseios humanos. Nosso
dever é crer, sustentar e defender essas bases bíblicas que mostram a
supremacia de Deus e sua soberania, mesmo diante de dias maus. Exclamemos: “Teu
povo, ó Deus, assiste em teu labor no testemunho do teu grande amor, as nossas
vidas vem fortalecer para o teu nome sempre engrandecer.” (4ª estrofe do
hino “Deus dos Antigos”. Nº 18 do HNC)
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