O dia das
crianças é uma das datas que mais movimentam o comércio em nosso país. Nesse
dia, a apelação comercial para que os pais satisfaçam as “necessidades” de seus
filhos é imensa e imprimem na mente de nossa sociedade que presentear e atender
aos anseios infantis é uma questão de prioridade. Isso está tão enraizado em
nossa mentalidade que nós encontramos adultos constrangidos a dar algum
presente e temendo quando, por qualquer razão, não o podem. Já as crianças
estão tão convencidas da necessidade desse dia que cobram antecipadamente aos
adultos o seu presente. Vivemos em uma sociedade consumista e, sem percebermos,
estamos ensinando nossas crianças a crescerem com essa ideologia extremamente
nociva. E os crentes não são exceção, seja na comemoração, seja na exigência do
presente, seja na manutenção dessa cultura. Mas a nós, crentes, surge uma
pergunta: qual o melhor presente para nossas crianças?
Indiscutivelmente,
a raça humana está decaída. Cremos na depravação total, primeiro dos cinco pontos calvinistas, que nos
mostra que não existe, como bem diz o salmista (Sl 14) e o apóstolo (Rm
3.10-12), quem faça o bem, nem quem seja justo ou bom (Mc 10.18). Segundo o
apóstolo Paulo, de maneira indiscutível, “todos pecaram” e, portanto, “carecem
da glória de Deus” (Rm 3.23). Paulo não excetua ninguém nesse tocante.
Por isso, o evangelho, presente de Deus e poder de Deus para a salvação,
precisa ser anunciado a todos os homens, independente de questões sociais,
políticas, religiosas ou etárias. Infelizmente, nossa sociedade está corrompida
pelo pecado e embebida na doutrina romanista que defende a ideia de que haja a
idade da inocência e que, todos os seres humanos, nela inseridos, não são
corrompidos ou não podem ser vistos como pecadores, contrariando as palavras do
salmista ao declarar que já nasceu em iniquidade (Sl 51.5), portanto, nasceu
pecador. Por causa dessa visão corrompida a respeito dessa verdade bíblica,
somos treinados a não nos preocuparmos tanto com o futuro eterno de nossos
filhos, conquanto ainda estejam na “idade da inocência”.
Entretanto,
ainda há uma outra verdade. Muitos não racionalizam essa questão como a
expressamos aqui. Muitos simplesmente são displicentes nesse sentido,
preocupado com suas próprias vidas espirituais e são negligentes quanto à
educação religiosa dos filhos, netos, sobrinhos sob sua guarda ou influência.
Estão tão relaxados que esquecem da tarefa de anunciar o evangelho da graça à
todas as criaturas, inclusive às crianças. Ou, de modo igualmente nocivo, criam
a geração conhecida como “Geração EBD”,
pois legam importância, ou suficiência à manutenção da vida eclesiástica de
seus filhos, apenas a esta atividade da Igreja. Ao não demonstrarem a
importância, com seus atos, de participarem das reuniões de oração, e levar os
menores sob sua influência, para participarem também, estão demonstrando que a
vida de oração pode ser deixada de lado. Ao não levarem ou participarem dos
estudos bíblicos, estão ensinando aos menores sob sua influência, de que isso
não é importante e que não tem problema se não estudarem as Escrituras
(consideremos este como caso último daquilo que estamos ensinando de fato).
Infelizmente, estamos ensinando a esta geração de que o importante é apenas
“estar” na Igreja no domingo e que uma vida devocional não é necessária e que a
participação efetiva aos trabalhos semanais também não o são.
Diante
desse pensamento e da realidade bíblica já exposta, precisamos pensar sobre a
necessidade de presentear nossos filhos com o que realmente é a necessidade
deles. Não têm apenas necessidade de calçados novos. Não tem apenas necessidade
de roupas novas. Não tem a necessidade de brinquedos e festas diferentes nesses
dias. A real necessidade deles, é a mesma de qualquer outra pessoa: A Graça e o
perdão de Deus. Conquanto somos conclamados pelo mundo consumista a dar
presentes que satisfazem o ego e não são a real necessidade deles, apresentemos
e concedamos-lhes o presente vital de suas vidas. Apresente Jesus a elas e não
apenas nesse dia, mas todos os dias, em todos os momentos e em todas as
oportunidades. Não há problema e presentear nessa data. O problema é quando
conferimos importância a este, em detrimento do que realmente é necessário.
Levemos nossas crianças à Jesus!
Venham as
Crianças[1]
1
Venham, venham as crianças
Ao Bendito Salvador.
Que na cruz, ao resgatá-las,
Revelou-lhes seu favor.
Cristo agora, cristo sempre
Nos concede seu amor.
2 Venham,
venham as crianças
Pois Jesus
as convidou!
Foi também
por seus pecados
Que na
amarga cruz penou.
Cristo agora,
Cristo sempre
Com ternura
nos amou.
3 Venham,
venham as crianças
Ao Senhor
Jesus servir!
Receber
os seus conselhos,
Sua santa
Lei ouvir.
Cristo
agora, Cristo sempre
Quer na
luz nos conduzir
(S.P. Kalley)
Nenhum comentário:
Postar um comentário