quarta-feira, 1 de abril de 2015

“PCUSA e o Liberalismo Teológico em nossos atos”


No dia 17 do corrente mês uma notícia – esperada, mas desacreditada – foi dada por parte da Presbiterian Church United States of America (Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos): aprovou-se o casamento homossexual[1]. Em sua assembleia geral, o teor de seu estatuto foi mudado para que pudesse contemplar a união homo afetiva dentro de seus parâmetros religiosos e confessionais, podendo, inclusive, ser realizada cerimônia aos moldes bíblicos, praticados numa cerimônia hetero afetiva. Mas isso já era de se esperar. Em 2010, em sua 219ª assembleia geral, foi aprovada a ordenação de ministros abertamente homossexuais e, em 2011, Scott Anderson foi o primeiro homossexual a ser ordenado ao sagrado ministério[2], fruto dessa aprovação.
Está claro que tais aprovações, e muitas outras que podem chocar mais pela não aceitação da IPB do que pelo ato aprovado em si, como a ordenação feminina ao sagrado ministério, praticado pela PCUSA desde 2011 também, está intimamente ligado ao Liberalismo teológico. A Bíblia, na visão deles, deve ser submetida a um julgamento cultural de nossa parte e devemos “acatar” somente aquilo que condiz com o pensamento de nossa cultura. Por isso, todos os textos que condenam as práticas dessa denominação ao longo dos anos, são ignorados e “perdem” seu caráter revelacional, tornando-se apenas palavras de homens.
Esse “Liberalismo” surge sempre colocando a autoridade das Escrituras em xeque e transformando as inegociáveis Leis, prescrições e mandamentos do Senhor como algo mais fácil, simples e, geralmente, como Balaão fez, tornando a vida cristã mais simples e mudando os conceitos, fazendo com que aquilo que Deus proibira anteriormente, seja, agora, praticado e apoiado biblicamente. É como se Deus fosse conivente com o pecado e o aprovasse, tirando o caráter pecaminoso de nossos atos. Aliás, segundo esse movimento, pecado está submetido a uma análise pessoal, em que cada um faz aquilo que acha certo e não pode repudiar o erro, pois os conceitos de certo e errado, segundo esse pensamento, não são absolutos, mas sim relativos, depende de quem está olhando. Todo o critério é subjetivo.
Considerando os atos da PCUSA, claro que não podemos dizer que a ordenação feminina ao ministério da Palavra, diaconia e presbiterato não são moralmente condenados como a ordenação de homossexuais ao ministério. Mas precisamos entender que todo erro gigantesco começa com um pequeno deslize. Se submetermos o anti-feminismo religioso a uma questão cultural apenas, e aprovamos mudança por que nossa cultura já é diferente, então abriremos espaço para submetermos outras questões à cultura e, a longo prazo, começaremos, também, a negociar questões inegociáveis para Deus. Mas este movimento não diz respeito apenas aos embates teológicos. Essas práticas estão intimamente ligadas a nossa cosmovisão e se traduz nas práticas naturais e pré-teóricas do cotidiano de todos nós.
Quando pensamos em defender questões que a bíblia se coloca contrária, apenas porque não queremos abrir mão de algumas práticas, ou porque não damos tanto peso a alguns erros em detrimento de outros e já não mais os condenamos, estamos fazendo o mesmo que a PUCSA fez em relação à ordenação e ao casamento homossexual. Sempre que optamos pela “mentirinha branca”, “mentirinha santa”, pela “inveja santa” ou até defendemos a prática sexual antes do casamento, como modelo bíblico e prescrição inegociável para Deus, apenas dizendo que nossos tempos mudaram e que esses costumes são “antigos” e “arcaicos”, estamos, também, submetendo a verdade do evangelho ao nosso pensamento e àquilo que aprovamos ser ou não condenável. Em todos esses casos, estamos tornando a nossa consciência, nossa moral, nossa cultura e nossos tempos como juízes definitivos para legislarem e até julgarem as práticas de nossos tempos. Deixamos de ter a Bíblia como regra de fé e prática para termos nossa consciência e nossos achismos relativos como guia de orientação para a vida. A Bíblia deixa de ser nossas orientações para serem apenas aconselhamentos e, como diz o adágio popular e é o que a maioria pensa, se conselho fosse bom não se dava, vendia. Com isso, ouvimos apenas onde, quando e como queremos. Remova a Bíblia como base para nossas vidas e todo o prédio ruirá (Mt 7.24-27)!
Está claro para nós que, se ao invés de submetermos nossos pensamentos e cultura à aprovação do evangelho, quisermos submeter o Evangelho a aprovação dos nossos pensamentos e cultura, vamos retirar toda a Inspiração e Inerrância das Escrituras e vamos acabar fazendo como a PCUSA em nossos atos individuais: fazer aquilo que achamos ser o melhor e mais “aceitável”, “prazeroso” e “conveniente” aos nossos olhos e sociedade.
Pode ser que, moralmente falando, ainda condenemos a atitude que a Igreja Americana tomou em relação ao assunto em questão. Mas cometemos os mesmos condenáveis erros quando deixamos de defender e viver aquilo que a Bíblia aprova ou desaprova porque achamos que não se aplica mais à nossa realidade por se tratar de um texto arcaico em que o contexto era diferente. Não podemos esquecer que o Deus Soberano revelou-se num tempo, região e cultura específicos, segundo Sua vontade.
Para combater esses erros perniciosos e muitos outros, precisamos bradar como fizeram nossos irmãos no passado: “O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo, em cuja sentença nos devemos firmar, não pode ser outro, senão o Espírito Santo falando na Escritura.(CFW I.X). Sustentemos essa mensagem! Levemos o Pendão Real[3] que nos entregou o Rei e voltemos ao evangelho!

Um pendão real vos entregou o Rei
A vós, soldados seus!
Corajosos, pois, em tudo o defendei,
Marchando para os céus.
Com valor! Sem temor!
Por Cristo prontos a sofrer,
Bem alto erguei o seu pendão
Firme, sempre, até morrer!
Eis formados já terríveis batalhões
Do grande usurpador!
Revelai-vos hoje bravos campeões!
Avante, sem temor!
Quem receio sente no seu coração
E fraco se mostrar,
Não receberá o eterno galardão
Que Cristo tem pra dar!
Pois sejamos todos a Jesus fiéis
E a seu real pendão!
Os que da vitória colhem os lauréis
Com ele reinarão!
(D. W. Whittle – H. M. Wright)

Obs.: Graças a Deus, a IPB se desligou dessa denominação há algumas décadas e não aprova sua funcionalidade, liturgia e visão teológica. Deus nos conserve Fiéis em Sua Palavra, até ao fim!



[1] http://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/igreja-presbiteriana-dos-estados-unidos-pcusa-finaliza-votacao-e-aprova-casamento-gay.html
[2] http://www.athosgls.com.br/noticias_visualza.php?contcod=34949
[3] Hino nº 303 do Hinário Novo Cântico – Igreja Presbiteriana do Brasil.