sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Mateus - O coletor de impostos


INTRODUÇÃO (Texto Base: Mt 9.9)[1][2]

Como em todos os outros casos dos discípulos chamados por Jesus para seguirem-no mais diretamente, Mateus também não foi um homem de nobre nascimento ou de nobre função. Ele era filho de Alfeu e era Galileu, como os demais também eram, exceto Judas Iscariotes.
Como já visto anteriormente, a Galiléia não era uma região nobre. Ao contrário, era uma terra de gente comum, com atividades comuns e, algumas vilas, ainda eram mais insignificantes do que as demais. Poucas ficavam em rotas comerciais ou eram conhecidas por seu polo pesqueiro. MacArthur, comentando sobre a Galiléia, nos diz que “aquela região era predominantemente rural, sendo formada por cidades pequenas e vilarejos.[3]” As pessoas viviam dessas atividades e, por isso, eram, muitas vezes, rudes, ignorantes e iletrados (Cf. At 4.13). Os discípulos não foram exceção a essa regra. Eram igualmente incultos.
Matheus era uma pequena exceção a essa regra no que diz respeito a ser inculto. Como ele mesmo se identifica (Mt 9.9), ele era coletor de impostos, isto é, publicano. Os publicanos eram israelitas que serviam ao império romano, cobrando impostos absurdos dos seus pares. Por isso, eram vistos como traidores pelos seus próprios compatriotas. Para que pudessem exercer essa função, os publicanos precisavam ser alfabetizados e aprenderem um pouco de matemática para fazer as contas e somatórias.
É interessante o fato de que, entre aqueles que o seguiriam com maior proximidade do que todos os demais discípulos – referimo-nos às grandes multidões que o seguiam – Jesus ter escolhido pessoas tão diferentes e comuns. Aliás, é ainda mais interessante que, entre as características pessoais dentre eles, Jesus tenha escolhido um falastrão; um “fantasma” dos bastidores; alguém que, jovem, era impetuoso, mas aprendeu o valor do equilíbrio e do amor; um que era santarrão e pouco misericordioso; um que se apegava às circunstâncias e limitava a ação e poder de Deus; um que era preconceituoso, porém sincero; um traidor; um incrédulo; outro, cobrador de impostos. O grupo que Jesus selecionou para ensinar diretamente e para representa-lo na continuidade da missão após sua ascensão era formado pelas pessoas cuja probabilidade de obter sucesso era quase nula. E o fato de Mateus estar inserido nesse grupo era algo tão fantástico quanto. O inimigo natural de Israel, um traidor da pátria, alguém que trocava o orgulho nacionalista israelita pelo dinheiro e pela alta posição diante dos demais judeus era algo impensável. Mas, como Jesus mesmo disse a respeito do seu ministério, não veio “para os justos, e sim para pecadores” (Mt 9.12-13; Mc 2.15-17).
1 – MATEUS, O PUBLICANO
Quando Jesus começou a chamar homens para serem seus seguidores e aprendizes, Ele não o fez com a casta dos proeminentes líderes religiosos judeus. A cegueira espiritual sobre si mesmos, aliados ao orgulho hipócrita que alimentavam os fizeram odiar ao Messias desde o começo. Não o odiaram por duvidar de seus milagres. O que Jesus realizava era incontestável. Embora em alguns momentos colocaram-no à prova, seus feitos eram reais e surpreendentes. Não havia como negar. O ódio que alimentavam contra Jesus era por sua mensagem. Jesus deixou claro que o homem era essencialmente mal, corrupto e precisavam se arrepender de seus atos. Isso era algo que fazia com que os líderes religiosos da época o odiassem extremamente. Eles eram vaidosos e orgulhosos demais para essa realidade. Por isso, Jesus decidiu chamar homens que se reconheciam pecadores.
De todos os discípulos de Jesus, é bem provável que nenhum se reconhecesse mais pecador do que Mateus. Ele era deliberadamente reconhecedor da sua condição, como qualquer publicano era. Sabia que, em se tratando de sua raiz judaica, era um traidor de sua gente e se vendiam ao estado, traindo sua própria consciência nacionalista e o ideal judeu da Antiga Aliança que explorava a ideia de que os eleitos e salvos como povo de Deus eram os verdadeiramente judeus. Como alguém poderia vender essa glória e trair a seus irmãos? Por isso, os publicanos sabiam bem que eram os piores pecadores (Cf. Lc 18.9-14; 19.1-10).
Interessantemente, quando Jesus chama Mateus para o seu grupo de seguidores mais próximos, os evangelhos, inclusive o dele mesmo, apenas apresentam a informação de que ele era publicano[4]. Não havia mais nenhuma característica que o destacasse, nenhuma outra qualidade ou mesmo informação a seu respeito. Tudo o que, sobre ele, precisavam saber é de sua origem como coletor de impostos. Nem mesmo em seu evangelho ele apresenta uma informação adicional. Tudo o que as gerações futuras precisavam saber é que Cristo o chamou dentre os mais improváveis, dentre os piores pecadores.
Em seu evangelho, Mateus relata em rápidas palavras como fora seu chamado (Mt 9.9-13). Este é o único momento em que, em seu evangelho, temos a inserção de seu nome nos relatos. Ele também preferia ficar à sombra dos eventos, deixando claro as ações, ensinos e também a mensagem de Jesus e as palavras e atitudes de seus companheiros de ministério. No texto em questão, nos é dito que Jesus estava com ele, Mateus, em casa, para participar de um delicioso banquete. Lucas deixa claro que foi um verdadeiro banquete oferecido a Jesus (Lc 5.27-29). Lá, estavam presentes pecadores e publicanos. Fato que chamou a atenção dos religiosos da época, fazendo com que Jesus deixasse claro para quem ele, de fato, veio.
2 – MINISTÉRIO DE MATEUS
Quando chamado por Jesus para ser seu seguidor, não houve relutância. Mateus não pestanejou (ao menos os evangelhos sinóticos não mostram relutância nesse aspecto), não titubeou, apenas levantou-se e seguiu-o imediatamente.
Tendo reconhecido a grandeza daquele momento e a importância da pessoa que estava diante dele, Mateus oferece-lhe um banquete, como era costume à época, para homenagear alguém de reconhecido prestígio ou que se quisesse prestigiar. Ao fazê-lo, Mateus não apenas envolve sua família no fato, mas chama outros homens, igualmente pecadores, para ajuntarem-se a Jesus. À semelhança de André que foi chamar a Simão, e Filipe que foi chamar a Natanael, Mateus também foi chamar seus amigos mais íntimos para leva-los até Jesus. Seu reconhecimento de quem ele era e de quem Jesus é fez com que se animasse a contar a todos que diante de seus olhos estava aquele que, sem acepção de pessoas pode alcançar e salvar a todos quantos estiverem doentes.
Ao que parece, não importa a origem pecadora, vil, baixa e cruel daquele que é chamado por Jesus. O que importa é o que faria a partir do momento em que é chamado por Ele. Mateus, imediatamente, abandona tudo o que fazia anteriormente, inclusive sua vida de traidor e roubador dos seus pares, e passa a ser um exímio anunciador do evangelho de Jesus, o que fez, inclusive, escrevendo um relato sobre as ações de Jesus e tudo o que envolveu sua vida, desde a sua genealogia, até a grande comissão, formada após sua ressurreição. Seu ministério foi levar pessoas aos pés de Jesus, desde que se converteu até aos dias de hoje, quando lemos o seu evangelho.
3 – O EVANGELHO DE MATEUS
Mateus, apesar de ser publicano, conhecia muito bem o antigo testamento e os ritos judaicos. A ideia de restauração do reino israelita é muito marcante nos seus relatos. Os receptores primários de seu evangelho eram judeus, que deveriam aprender que todas as profecias messiânicas do AT se cumpriam em Jesus, desde o momento do seu nascimento. Por isso, em diversos momentos, Mateus registra a expressão “para que se cumprisse as Escrituras”. A todo o momento ele usa seus relatos e faz uma referência direta entre as profecias e os fatos que ocorriam com Jesus.
Com a finalidade de mostrar que Jesus é da descendência de Abraão, figura importante para os judeus que alegavam ser seus filhos, e que era filho de Davi, portanto legítimo rei de Israel, não geográfica ou fisicamente, mas espiritualmente nos céus e na manifestação de sua segunda vinda, Mateus inicia o seu relato a partir da genealogia de Jesus, começando por Abraão. Diferente de Lucas, que mostra a descendência a partir de Adão, pois seu foco era outro, Mateus quer evidenciar que Jesus é realmente judeu, é realmente filho de Abraão e realmente a raiz de Davi, dono do trono eterno que lhe fora prometido (Sl 110). Essa é a introdução do evangelho. Jesus é aquele de quem as profecias falaram, o Ungido, o Messias, o Emanuel, aquele que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
Depois disso, Mateus mostra o tempo todo o tema do Reino dos Céus em seu evangelho e ampliando a aplicação da lei mosaica à realidade do reino de Deus. Isso se evidência no sermão da montanha, aos sinais realizados e as parábolas concernentes ao reino, seja para explicar sua existência em forma de comparação, seja com relação a sua manifestação final e vindoura. Mateus conhecia bem as profecias. Conhecia bem a didática judaica. Conhecia bem a dureza para crerem e, ao mesmo tempo, sabia que, aquele que estava diante de seus olhos e que, agora, o chamará era a redenção final de Israel.
Entre todas essas situações, especificamente no sermão da montanha, narrado por ele e por Lucas, em seus evangelhos respetivamente, apenas na descrição de Mateus nós encontramos lições de Jesus ligadas à prática da justiça, inclusive a justiça social (Mt 6.1-5), exortação quanto à pratica da oração sincera, livre de hipocrisias (6.5-8), ensino sobre o jejum (6.16-18), e a busca por acumular tesouros no céu (6.19-21), não podendo servi-lo juntamente ao serviço do SENHOR (6.24). Esses temas são bem presentes na religiosidade judaica e, no que diz respeito ao acumulo e uso indevido das riquezas, além de ser conhecidos do judeu, ainda pertenciam à prática cotidiana dos publicanos. Ao que parece, Mateus, enfatizou a aplicação da Lei de Deus, considerando suas próprias experiências nesse processo.
4 – A TRANSFORMAÇÃO DE MATEUS
Embora pouco se saiba a respeito desse apóstolo do Senhor, evidentemente que o que sabemos ajuda-nos a perceber a transformação que houve em seu ser. Mateus pertencia a uma das classes mais odiosas dos homens nos dias de Jesus. Como já dito, ele era um traidor da pátria, era visto como um miserável que estava distante não apenas do seu povo, mas também de Deus no que diz respeito à prática das cerimônias e sacrifícios estabelecidos pelo AT. A um publicano não era permitido a entrada no templo, ficando longe, no pátio reservado aos gentios, pois assim eram vistos[5]. Com isso, não podiam entrar no local reservado para oferecerem sacrifícios ao SENHOR pela sua própria expiação, como os demais.
Eram considerados os piores dos pecadores. Um publicano era ainda pior que um gentio, pois os gentios, na visão judaica, não pertenciam ao povo eleito por questões de nascimento. O infortúnio era não ter nascido judeu e isso, na visão da época, os excluíam da graça. Mas os publicanos, como Mateus, não eram assim. Eram vistos como os piores, pois eles decidiram ser publicanos, ou seja, decidiram ser traidores, mesmo sabendo do que ocorreria com tal classe de pessoas. Por opção profissional, decidiam ser considerados a escória da sociedade e afastarem-se do SENHOR. Amavam, muitas vezes, mais as riquezas que poderiam ser adquiridas por esta profissão do que ao zelo pelo Deus Todo-Poderoso.
No meio dessa questão está Mateus. Mas, interessantemente, os relatos dos evangelhos quanto ao seu chamado (Mt 9.9; Mc 2.13-14; Lc 5.27-28) não mostram uma relutância em atender ao chamado do Mestre. Ele foi decidido em abandonar tudo o que viveu até aquele momento e entregar-se verdadeiramente ao SENHOR. Porém, não foi apenas essa situação que o destacou, embora não haja menção alguma quanto à sua pessoa nos demais textos dos evangelhos e Atos. Diferente dos demais já estudados, cujas palavras denotaram uma dureza e manifestavam sua humanidade caída ao ponto de evidenciarem essas durezas de coração nas palavras e atitudes, em Mateus não vemos isso. Ele não titubeou quando foi chamado e nem em momento algum da sua caminhada com Jesus, exceto, claro, quando Ele fora preso e Mateus, junto dos demais, acompanharam a situação de longe. Mas, tirando esse momento de fraqueza, nenhuma outra fora registrada pelos evangelistas. Não que ele não as possuía, mas sua pronta decisão pelo Senhor e por viver de modo diferente não o permitia olhar atrás, ou desejar as coisas que para trás ficaram. De fato, ele as deixou e seguiu em direção a Jesus (Fp 3.12-14) por toda a sua vida. Sua transformação teve ação completa. O Coletor de Impostos, o traidor dos seus pares, o indigno, o cidadão afastado de Deus, agora, por graça e por chamado divino, estava diante do próprio Deus e fora chamado para segui-Lo e servi-Lo diretamente. O que o fez até o momento de sua morte.
5 – SUA MORTE
Mateus não foi exceção à regra de vida e morte dos demais apóstolos. Como eles, também viveu pela causa do SENHOR e encontrou a morte ao final, como mártir, por entregar-se e dedicar-se integralmente à pregação do evangelho. A tradição conta que ele anunciou o evangelho de Jesus na Judéia, Etiópia e Pérsia, sendo morto, por ferimentos de espada, na Etiópia. Alguns afirmam que, posteriormente seu corpo fora levado e sepultado em Salermo, Italia.
Quando optou por abandonar a velha vida e as velhas práticas, entregando-se ao SENHOR, Mateus também abriu mão de sua própria vida não a considerando mais importante do que o SENHOR que lhe encontrou e lhe chamou das trevas para Luz e da morte para a vida. De fato, Mateus dedicou-se à obra e a chamar pessoas como ele era antes de ser tocado pela graça de Cristo. Começou pelos publicanos, passando por Judeus que não conseguiam compreender a aplicação veterotestamentária a Jesus. Mas não foi apenas um escritor teórico. Sua vida também foi prática. Sua humildade, em seu próprio evangelho, notória. De fato, honrou ao SENHOR e se colocou como sombra na narrativa. Ele não era e nunca foi a principal personagem do que escrevera. Ele era um detalhe que foi incluso nessa obra por graça divina. Viu, em vida, a si mesmo como servo e serviu até quando chegou o momento da morte. Anunciou até o fim que Jesus chama o pecador ao arrependimento e não faz acepção de pessoas.
CONCLUSÃO
Mateus foi um apóstolo fantástico! E a informação que temos sobre sua vida resume-se em seu chamado e no banquete que ofereceu a Jesus. Mas a falta de informação não diminui em nada sua participação e importância. Ao contrário, mostra-nos como era humilde ao ponto de nem em seu próprio evangelho, colocar-se em primeiro ou segundo plano. Ele foi apenas um detalhe na história do ministério de Jesus e tratou a si mesmo desse modo. Tanto sua vida, como seu chamado, ministério e morte foram conduzidos, pela graça de Deus, com humildade, resignação e dedicação total.
APLICAÇÃO
Que profunda reflexão! Que mensagem belíssima aos nossos orgulhosos e vaidosos corações! Que impressionante verdade pudemos aprender nesse texto!
Mateus nos ensinou que não importa quem ou como estamos antes e até o momento do chamado do SENHOR. Algumas pessoas não conseguem se livrar dos fantasmas do passando ao se converter, seja por não conseguir abrir mão totalmente das práticas pregressas, seja por que os demais ao seu redor estão sempre lhe cobrando pelo passado. Na lição de hoje aprendemos que mesmo o pior dos homens pode ser chamado por Jesus, lapidado por Ele e usado para a Sua glória. Não importa quem fomos até Cristo nos chamar e libertar. Importa quem seremos agora que Cristo nos libertou.
Ore pedindo ao Senhor humildade. Existem pessoas que colocam-se como protagonistas de sua própria história e se esquecem que suas histórias de vida devem ser um – importante, mas pequeno – detalhe na história da redenção. Não somos nós quem devemos aparecer e sim Cristo quem deve transparecer em e por nós.
Ore, pedindo a Deus que lhe use para levar seus iguais aos pés do SENHOR. Muitos ao se converterem, tendem a abandonar seus amigos ímpios, ao invés de apresenta-los ao mestre. Seja instrumento para salvação e conversão de outros que, como você, precisam conhecer a graça de Cristo.
Medite, ore e cante a letra do hino “Sinceridade[6]” reconhecendo a graça de Cristo em sua vida!
1 Jesus, Senhor, me achego a ti
Tua ira santa mereci;
O teu favor me estende aqui!
Aceita um pecador!
Eu venho como estou!         
Sim venho como estou!
Porque Jesus por mim morreu,
Eu venho como estou!
2 As minhas culpas grandes são,
Mas tu, que não morreste em vão,
Me podes conceder perdão!
Aceita um pecador!
3 Oh! Vem agora, Salvador,
Livrar-me por teu grande amor,
Pois tu, Jesus, és meu Senhor;
Aceita um pecador. Amém.
(E. H. Hamilton – S. P. Kalley)



[1] Adaptado do livro MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed.
[2] Sugestão de leituras: D – Mt 5.3 Felizes são os humildes; S – Mt 5.14-16 Seja a Luz do mundo; T – Mt 5.43-48 Praticando o amor; Q – Mt 6.5-15 Aprendendo a orar com Jesus; Q – Mt 6.19-24 O tesouro verdadeiro; S – Mt 6.25-34 Controle a Ansiedade!; S – Mt 7.24-27 Firme-se sobre a rocha.
[3] MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed. Pp. 145
[4] Em Mc 2.14, ele é chamado por seu nome judeu, “Levi”. Lucas também o chama assim em 5.27-29. Depois, o denomina de Mateus em 6.15 e em At 1.13.
[5] MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed. Pp. 149-150
[6] Nº 74 do Hinário Novo Cântico.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Natanael - O apóstolo sincero

INTRODUÇÃO (Texto Base: Jo 1.49)[1] [2]
Natanael, nome hebraico que significa “Deus deu”, também chamado na lista dos doze apóstolos como “Bartolomeu”, cujo significado é “filho de Tolmai” ou “Filho de Tomeu”, é um dos doze discípulos escolhidos por Jesus. Porém, encontramos poucas informações sobre ele, além da menção nas listas discipulares. Cada um dos evangelhos sinóticos[3] e o livro de Atos o menciona uma única vez, excetuando-se João, que o apresenta em duas ocasiões diferentes e isso é tudo o que sabemos a seu respeito.
João nos diz que Natanael era conhecido de Filipe. Seja por questões comerciais, sociais ou religiosas, eles já se conheciam suficientemente bem para que Filipe fosse até ele para avisar de que já havia conhecido o Senhor, o Messias, aquele de quem Moisés e os profetas falaram.
As duas únicas menções, fora a lista dos doze, feitas a respeito de Natanael estão em Jo 1.43-51 (seu chamado) e em Jo 21.1-14 (quando, a semelhança de Pedro, este decide voltar a pescar depois da ressurreição de Jesus). Com base nestes textos, sabemos que Natanael era da região de Caná, da Galiléia, vila próxima de Nazaré, onde Jesus efetuara seu primeiro milagre (Jo 2.1-11), três dias depois deles terem ido segui-lo.
Como mencionado no texto anterior, Filipe foi quem levou Natanael à presença de Jesus dizendo ser este o Messias. Isso demonstra a intensidade da amizade deles. Por esta causa, os seus nomes aparecem listados em sequência em todos os relatos da lista de discípulos de Cristo. De acordo com MacArthur, as tradições mais antigas da história da Igreja dão conta de que eles eram amigos inseparáveis seja antes, durante ou depois da efetivação histórica do ministério de Jesus[4].
Apesar dos poucos registros a respeito de Natanael, tanto o registro de seu chamado, como o registro de sua decisão por ir pescar após a ressurreição de Jesus, nos dão muitas informações sobre sua personalidade. E é com base nessas informações que estudaremos esse apóstolo.
1 – SEU AMOR PELAS ESCRITURAS
Quando Filipe se dirige a Natanael e lhe fala sobre Jesus, percebemos o apreço especial que tais homens nutriam pelo evangelho. Não podemos nos esquecer que a Bíblia, como a temos hoje, ainda estava em formação. Portanto, o referencial bíblico que tais homens possuíam era o AT em todas as suas páginas. É evidente que Cristo está presente, seja por promessas, seja por simbolismo, em todas às páginas do AT[5], e isso era de conhecimento deles que estudavam o Antigo Testamento. Provavelmente este tenha sido o motivo pelo qual se dirigiram ao deserto, quando Jesus chamou Filipe. Estavam lá para aprenderem aos pés de João Batista quando este clamava no deserto falando sobre o Messias.
Interessantemente, as palavras de Filipe a Natanael foram bem diferentes dos pregadores modernos. Ele não disse ter encontrado alguém que poderia mudar sua vida e seu status social. Ele não disse ter encontrado alguém que iria pôr fim aos problemas pessoais de Bartolomeu. Tudo o que lhe foi dito, e que lhe tocou profundamente o coração, foi: “achamos o Cristo. Ele é Jesus, nazareno, filho de José”. Bastou lhe dizer que aquele homem de quem Filipe falava era, na verdade, o cumprimento das profecias para que este, ao final desse episódio, reconhecesse: “és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo 1.49).
O coração de Natanael já estava preparado. Seus olhos já estavam procurando. Seus ouvidos estavam ouvindo a voz de Deus ecoando pelas Escrituras. Não havia mais a menor possibilidade dele enganar-se. Ao contrário, ao ouvir as palavras de Jesus e verdadeiramente reconhecer o mesmo que Filipe havia lhe dito, seu coração é inundado pela certeza de que aquele por quem ansiava, a consolação de Israel, o salvador do povo de seus pecados, estava diante de seus olhos. Seu amor e apego o fizeram ver o que ainda muitos não viam e não testemunhavam.
2 – SEU PRECONCEITO
Há um intervalo entre o que Filipe diz a Natanael sobre a pessoa de Jesus e o reconhecimento dele sobre o testemunho de Filipe. Esse intervalo consiste nas palavras dele, perguntando: de Nazaré pode sair alguma coisa boa? Interessantemente, Natanael não estava equivocado quanto a desconfiar que não poderia ser de Nazaré que viesse o Messias, haja visto que o profeta Miqueias diz que o salvador vem de Belém da Judéia[6] (Mq 5.2). Mas suas palavras vieram embebidas em preconceito social contra a vila de Nazaré.
A Galiléia, de forma alguma, era uma região nobre. Por essa razão os fariseus questionavam-se sempre sobre a posição que os discípulos delegavam a Jesus. Era inadmissível que o “rei dos judeus” viesse de um lugar tão pobre e sem honra quanto este. Na região da Galiléia, ficava Nazaré. Nazaré era uma vila simples e cortês, cuja localização era privilegiada pelas estradas que cruzavam-na. As rotas norte e sul passavam por dentro da cidade de modo que os viajantes dessa estrada eram obrigados a passar por dentro de Nazaré. Era o único privilégio que esta vila tinha. Já Caná, era ainda mais simples e desprezível. Não havia nada nela de importância. Sua localização era fora de qualquer local importante, de modo que só iam à Caná quem de fato estivesse 1) perdido ou 2) indo mesmo para lá. Natanael era de Caná e, motivado por rixas sociais, olhou com desdém para a informação dada por Filipe.
O preconceito era um problema grave naqueles dias. Não apenas Natanael num brevíssimo momento, mas muitos dos judeus da época recusaram a reconhecer Jesus como quem era pelo local de sua vivência. Afora isso, Jesus era “filho” dum carpinteiro. Por este motivo, Jesus fora zombado certa vez (Lc 4.22). O preconceito social e religioso impediu que as pessoas vissem e ouvissem a Jesus, filho de Deus.
Gloriosamente, Deus escolhe as coisas mais fracas e loucas para manifestar a sua glória. Escolheu Belém para o nascimento de Jesus, Nazaré para ser seu local de crescimento, José para dar-lhe um “nome”, e Natanael para ser seu discípulo. Aqui vemos como Deus é gracioso e grandioso e não escolhe pessoas por suas aptidões naturais ou rapidez e agilidade para a fé. Deus escolhe as pessoas simples para servi-Lo para que “a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.6).
Natanael, apesar de sua fala preconceituosa, não agiu movido por ele. Quando Filipe lhe diz “vem e vê”, ele não recusa ir comprovar se de fato suas palavras eram verdadeiras. Ele simplesmente vai para ver. Uma das formas de nos livrarmos do preconceito, que também é pecado, é com os fatos e suas comprovações. Foi o que Bartolomeu, fez!
3 – SUA SINCERIDADE DE CORAÇÃO
Quem não gosta de elogios? Todo ser humano, por mais que não saiba lidar com eles, sente-se honrado em receber elogios. Imagine recebe-los de Jesus. Como seria? Pois bem, foi o que aconteceu com Natanael.
Jesus já conhecia Natanael. Suas palavras deixam isso muito claro quando ele responde a Natanael dizendo que ele era um “verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (Jo 1.47). Evidentemente que Jesus não se refere à natureza humana, apenas, dele. Afinal de contas, acabamos de ver sua fala preconceituosa. Mas o Senhor refere-se ao coração de Bartolomeu. Sua busca pelo Senhor era sincera. Seu anseio por ver e conhecer o Messias eram igualmente sinceros. Não havia nada nesse desejo de Natanael que não fosse verdadeiro.
O verso 25 do capítulo 2 de João declara que Ele “não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana”. Jesus estava declarando seu conhecimento prévio não apenas dos pensamentos de Natanael naquele instante, mas estava declarando a verdade sobre a sinceridade e integridade do coração dele. Ele não estava lá apenas para acompanhar a multidão. O fato de ter seguido Filipe até Jesus também não foi apenas para ver se o amigo estava falando a verdade. O que Jesus estava atestando era exatamente aquilo que Ele expressa à mulher samaritana sobre o Pai procurar adoradores que o adorem em Espírito e em Verdade. Natanael era um exímio exemplo dessa gloriosa verdade. O contrário disso seria falso, mentiroso, hipócrita.
A hipocrisia era um caso sério em Israel. Os líderes religiosos não apenas a vivenciavam como também ensinavam que assim fosse. Jesus condenou incisivamente esta prática. Desde os tempos do AT isso era real em Israel que, de tempos em tempos, apresentava-se assim diante do Senhor (Is 1.10-20; Ml 1.6-14). A fé promovida em Israel nos dias de Jesus era meramente religiosidade para poder “barganhar” com Deus algum favor ou a entrada em “Canaã”. Mas Natanael era diferente. Seu coração era diferente nesses aspectos. Ele estava pronto para adorar ao Senhor e se entregar ao Messias quando o visse. Ele realmente estava à espera, clamando Maranata!
A resposta fervorosa de Natanael foi apenas depois de Jesus reconhecer seu coração e a sinceridade deste. A palavra que Jesus emprega para falar da sinceridade desse discípulo aqui é alethos que significa “autêntico, genuíno” era essa disposição que Jesus buscava nos seus e que era esperado em Israel. Mas os israelitas estavam, como nos dias de Isaias, honrando com lábios, mas distantes no coração (Is 29.13; Mt 15.8). Esse discípulo foi achado diferente. Seus lábios honraram à Jesus, mas o fizeram desde o início, ao conhece-Lo e ser chamado por Jesus. Seu reconhecimento não foi tardio, não foi forçado, não foi constrangido. Seu reconhecimento sobre Jesus foi sincero, natural e verdadeiro. Por isso, o Mestre, fez tais e tais declarações.
4 – SUA FÉ DESEJOSA
A fé de Natanael era algo surpreendente. Ele era havido pelo conhecimento e desejava ardentemente conhecer a Deus e vê-lo face a face, como dantes o homem podia, na viração do dia[7], lá no Éden (Gn 3.8). Jesus conhecia este aspecto do coração sincero de Natanael.
João nos fala que, quando este Bartolomeu pergunta para Jesus de onde o Senhor o conhecia para dar tal testemunho de sua fé, Jesus lhe responde que o vira embaixo da figueira, antes mesmo de Filipe ir chama-lo. O que isso nos diz? As casas na Palestina, naquele tempo, eram pequenas e formadas por apenas um cômodo, como ainda hoje acontece em cidades pobres de países africanos. Como só havia este cômodo, os fornos para cozinhar ficavam acesos o dia todo, sendo difícil ficar em casa, seja pelo calor, seja pela fumaça. Por isso, era costumeiro plantar figueiras próximo às casas, pois estas davam sombras, frescor, arejavam as casas e não eram muito altas. Elas crescem até ficar com cerca de 4,5 metros e seus galhos, que são baixos, se estendem por até 9 metros de uma ponta à outra[8]. Por esse motivo, era costume que as pessoas se assentassem sob a figueira para repousarem ou mesmo para estudarem as Escrituras. Quando Jesus afirma para Natanael que o viu debaixo da figueira, ele não estava dizendo que o viu, porque Jesus passou fisicamente por ali. Jesus afirma que conhecia sua fé, sua devoção e a intensão do coração dele, pois seu Espírito o viu ali, debaixo da figueira, buscando o conhecimento do e no Senhor.
O conhecimento que Natanael possuía era baseado no AT. Ele conhecia profundamente as profecias a respeito do Messias. Jesus sabia do conhecimento que ele possuía, por isso, fez referência aos momentos de estudo que o discípulo aproveitava. Quando ouviu as palavras de Jesus, ele exultou e glorificou a Deus em Cristo, pois agora, seus olhos que antes apenas contemplavam as profecias, viram o cumprimento destas. Nesse sentido, assemelhou-se à Simeão que, quando viu o menino em seus braços, glorificou a Deus por reconhecer Nele a pessoa do Ungido de Deus, prometido nos tempos antigos.
Jesus lhe diz que ele veria coisas maiores ainda (Jo 1.50-51). Tudo o que Natanael viu era uma pequena mostra da onisciência, onipotência e onipresença do Deus Todo-Poderoso, em Jesus (Sl 139). Só que Natanael viria muito mais. Interessantemente Jesus faz uma referência a um episódio bem conhecido no AT, quando menciona a escada e anjos subindo e descendo. Ele cita a história de Jacó tendo esta mesma preciosa visão (Gn 28.12). Se Natanael seguisse a Jesus, ele iria contemplar a mesma visão que Jacó. Jesus aplica essa história a Ele mesmo. Em Jo 14.6, Jesus afirma ser o caminho até Deus e, portanto, até o céu. Ele é a escada que estava ligando céu e terra, realizando a vontade Trinitariana em ambas, como bem nos estimula a pedir ao Pai para fazer, na oração Dominical (Mt 6.9-13). Jesus sabia que a fé de Natanael que o deixou desejoso por ver e conhecer o Messias iria, agora, torna-lo desejoso por ver e presenciar essa lindíssima visão.
5 – SUA MORTE
Não há registros confiáveis quanto à forma de sua morte. O que se sabe, com exatidão, é que ele levou o evangelho na Pérsia, na Índia, chegando até a Armênia. Alguns sugerem que sua morte se Deu por esfolamento, outros que ele foi amarrado num saco e  jogado ao mar.
Independente da forma como ele morrera, uma coisa é fato: ele foi fiel até a morte. Ele “foi fiel até o fim, porque foi fiel desde o início[9]”.
CONCLUSÃO
Natanael era um homem que, definitivamente, era fiel e fervoroso em suas práticas diárias, antes do conhecimento de Cristo. A hipocrisia não lhe pertencia. Ele era intenso e verdadeiro em tudo e foi um grande instrumento nas mãos do Senhor, muito embora pouco saibamos dele nos evangelhos e em Atos.
Natanael é a uma das provas de que Deus não leva em conta a nossa procedência, ou nossas habilidades intelectuais para nos chamar. Ele foi a prova de que Deus escolhe pessoas comuns, de lugares insignificantes[10], e torna-as grandiosos instrumentos para a Sua glória. Pois foi assim que Ele fez com Natanael, de Caná, na Galiléia.
APLICAÇÃO
Que profunda lição! Natanael nos ensina que Deus não vê como o homem, que olha apenas as aparências, mas Ele olha o coração (1Sm 16.7). Ore a Deus pedindo que lhe dê sinceridade de coração em servi-Lo. Não seja hipócrita aos olhos de Deus. Não há quem possa enganá-Lo.
Medite nas Escrituras. Natanael reconheceu a Cristo, pois conhecia as Escrituras e seus olhos estavam abertos para ver o que Deus estava disposto a fazer e a mostrar. Muitas pessoas em nossos dias afirmam que não ouvem Deus falar. Ou pior, ouvem qualquer coisa dizendo ser a voz de Deus. E isso se dá pela falta de apreciação e conhecimento das Escrituras. Conheça a Cristo intimamente.
Abandone seus preconceitos! Muitas vezes, como cristãos, deixamos nossa velha natureza falar mais alto e agimos de forma preconceituosa contra aquilo que não gostamos. Embora devemos ser cautelosos e zelosos, nenhuma dessas qualidades pode se tornar um defeito pecaminoso. Seja como for, abandone os preconceitos. Isso será natural à medida em que conhecermos e vivermos à Palavra do Senhor.
Seja sincero diante de Deus! Deus conhece quem somos e como pensamos. Como dito, ele vê o coração e os pensamentos do mesmo. Existe uma tendência a mascarar as coisas, em nós. Temos a tendência de parecer sem ser. Seja autêntico! Se o Senhor fosse falar algo a seu respeito nesse instante, o que é que Ele diria e que testemunho, a seu respeito, Ele daria? Pense nisso! Almeje, assim como o poeta, a “Perfeição[11]” em seus atos, consciente de que, nessa vida, jamais alcançará, mas que podes desenvolvê-la ao longo dessa peregrinação.

1 Mais pureza dá-me, mais horror ao mal,
Mais calma em pesares, mais alto ideal;
Mais fé no meu Mestre, mais consagração,
Mais gozo em servi-lo, mais grata oração.

2 Mais prudência dá-me, mais paz, meu Senhor,
Mais firmeza em Cristo, mais força na dor;
Mais reto me torna, mais triste ao pecar,
Mais humilde filho, mais pronto em te amar.

3 Mais confiança dá-me, mais força em Jesus,
Mais do seu domínio, Mais da sua luz;
Mais rica esperança, mais obras aqui,
Mais ânsias da Glória, Mais vida em ti. Amém.
(Ph. P. Bliss – A.F. de Campos)



[1] Baseado no Livro MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed.
[2] Leituras complementares: D – Sl 101 A sinceridade diante de Deus e dos homens; S – Sl 119.97-104 Apreço pelas Escrituras; T – Sl 19.7-11 Apreço pelas Escrituras 2; Q – Tg 1.16-27 Deus nos dirige pela Sua Palavra; Q – 2Tm 2.11-13 Esperança em dias difíceis; S –Mt 25.14-30 Seja fiel naquilo que o Senhor lhe concede!; S – Ap 2.9-11 Seja fiel até o fim!.
[3] Para informações sobre os evangelhos sinóticos, consultar: CARSON, D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Editora Vida Nova. 1997, Pp 19-68.
[4] MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed. Pp 133-134.
[5] GREIDANUS, Sidney. Pregando Cristo a partir do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2006.
[6] Por isso Deus conduziu a história para que o nazareno José tivesse de ir, com Maria grávida, até esta cidade para licenciar-se lá se dá o nascimento de Jesus, cumprindo a promessa.
[7] Levemos em consideração o fato de Jesus declarar que ninguém jamais viu a Deus, o Pai. Essa foi a resposta Dele a Felipe quando este pediu para que o Pai fosse mostrado (Jo 14.1-15). Entretanto, vemos ao Pai quando vemos o Filho. Na viração do dia, antes da queda, Adão falava com a Segunda Pessoa da Trindade, possivelmente naquilo que a teologia chama de “Teofania”. Estas nada mais são do que manifestações visíveis do ser da Segunda Pessoa da Trindade antes da efetiva encarnação (Jo 1.1-14). Aqui nesse texto, entendemos que ver “face a face” do qual retratamos é nos mesmos moldes do homem antes da queda, visualizando a mesma Pessoa.
[8] MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed. Pp 141.
[9] Ibid. Pp 143.
[10] Ibid.
[11] Nº 121 do Hinário Novo Cântico.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Filipe - O Apóstolo que fazia as contas.

(Texto Base: Jo 6.7)[1] [2]
Filipe é o discípulo que encabeça lista dos quatro discípulos que não possuem a maior afinidade com Jesus e nem a menor. Ele é o quinto nome em todas as três listas que o NT traz sobre os discípulos. Seu papel, comparado a Pedro, André Tiago e João é secundário, mas ele não é menos importante por causa disso. Trouxe suas contribuições ao grupo e igualmente dedicou-se à causa do evangelho.
Não sabemos o nome judeu desse discípulo, pois em nenhum local ele é relatado. Todos os relatos que temos citando seu nome, cita sua identidade grega. “Filipe” é um nome grego que significa “aquele que gosta de cavalos”. Historicamente, no 4º século antes de Cristo, Alexandre, O Grande, tomara o controle “mundial[3]” das mãos de Ciro III, último imperador Persa[4], aumentando seu domínio por toda a região do mediterrâneo. Com isso, tanto a cultura, como a língua e a filosofia grega passaram a fazer parte do conhecimento popular daquela época[5]. Os judeus que fossem criados na cultura grega, embora ainda fossem judeus em suas práticas religiosas, eram chamados de “helenistas”. Sem sombra de dúvidas, este apóstolo estava tão envolvido com a cultura grega que, embora tivesse um nome hebreu, este não é mencionado em momento algum dos evangelhos.
Este não era um nome diferente. Talvez, assim como Simão e Judas, compusesse uma classe de nomes comuns à época. Tanto que, além deste, outro discípulo do Senhor é identificado como Filipe. Este é o diácono que foi transportado pelo Espírito até um local onde encontrou o eunuco etíope, servo da rainha Candace, a quem pregou e batizou (At 6.1; 8.4-40), tornando-se um exímio evangelista. Contudo, o Filipe do qual falamos, não há informações de ações suas separados do grupo. Nem em Atos onde seu nome é citado na lista dos discípulos vivos que foram encarregados de serem apóstolos do Senhor Jesus.
O Filipe do qual falamos é destacado dos demais em pouquíssimas ocorrências. Alias, apenas o evangelho de João cita seu nome e as ações praticadas por este. Frequentemente é citado na cia de Natanael (também chamado de Bartolomeu), que eram amigos, ao que parece pelas narrações bíblicas, ao ponto de serem chamados por Jesus quase que ao mesmo tempo (Jo 1.43-51)[6].
Filipe era pescador. Isso fica evidente quando observamos o relato de Jo 21. Quando Pedro decide voltar a pescar após a ressurreição de Jesus, Filipe, Natanael e Tomé seguem-no. O que índica o conhecimento prévio desta prática que poderia ser a forma de vida deles. Assim sendo, por Filipe ser da mesma região e ter a mesma atividade profissional que os demais, tudo indica que ele, Tiago, João, Pedro e André já se conheciam desde a juventude. Isso é impressionante. Jesus, ao chamar seus discípulos não escolheu pessoas versadas ou doutas, mas pescadores simples, rudes e que, entre si, não eram exatamente desconhecidos.
Quando observamos os relatos de João sobre a pessoa de Filipe, vem-nos a mente uma pessoa extremamente metódica. Ele está sempre preocupado com a forma de como as coisas deveriam ser feitas. Sempre que o Senhor apresentava um desafio em sua frente, sua preocupação não era em como as coisas seriam feitas. Ele se preocupava em mostrar o porque não podiam ser realizadas. Ele é o tipo de pessoa pessimista que encontramos por ai.
1- SEU CHAMADO
         O relato do chamado de Filipe foi peculiar e diferente do chamado dos quatro apóstolos que já estudamos até aqui. Pedro, André, Tiago e João foram até Jesus depois de que João Batista declarou que Ele era, de fato, o verdadeiro Messias, o Cristo, o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Após relatar esse encontro, João nos informa que no dia posterior, ou imediato, Jesus resolve voltar para Galiléia. E, ainda no deserto em que João Batista ensinava, ele encontrou e chamou Filipe, dizendo: segue-me. É claro que todos os apóstolos foram pessoalmente escolhidos e chamados por Cristo (Jo 15.16). Mas, humanamente falando, este foi o primeiro discípulo ao qual Jesus foi pessoalmente buscar onde estava, chamando-o à segui-lo.
Curiosamente, Jesus, ao retirar-se da terra ao fim de Seu ministério, precisou encorajar Pedro, declarando-lhe essa mesma expressão: segue-me (Jo 21.19,22). Filipe, o indeciso e resoluto, precisou ouvir a mensagem de encorajamento de Jesus logo em seu chamamento. E ele seguiu!
Isso revela que Filipe tinha um coração já preparado por Deus para encontrar o Messias. Jesus não precisou convence-lo, não precisou argumentar e nem contra argumentar. Simplesmente disse: vem. E ele foi. Tudo isso indica que Filipe conhecia as profecias a respeito do Messias. Em Jo 1.45 ele relata a Natanael que, aquele de quem estava falando, era o mesmo ser descrito por Moisés e os profetas. Ele já conhecia-O. Provavelmente, esperava-o como todos os judeus de seus dias. Razão pela qual foi seguir João Batista, pois havia a esperança de que este fosse o Messias prometido. Ele buscava ardentemente o Salvador de Israel.
Interessantemente, Felipe, ao chamar Natanael, lhe diz: achamos o Cristo. Do ponto de vista da eternidade, Jesus o havia encontrado e ido em sua direção para chama-lo no tempo e no espaço, concluindo o chamado que se deu na eternidade, antes da fundação do mundo. Do ponto de vista humano, também fora Jesus quem se dirigiu ao seu encontro. Mas Filipe também estava à procura do Messias. E, agora, eles haviam se encontrado. Jesus estava diante de Filipe, seu servo e Filipe estava diante de Jesus Cristo, seu Senhor. Essa busca de Filipe havia chegado ao fim.
2 - FELIPE, O APOSTOLO EVANGELISTA
O episódio do chamado de Filipe e Natanael nos diz um pouco sobre sua função imediata após ser chamado por Jesus para segui-lo.
A primeira coisa que Filipe faz ao ser chamado é ir atrás de seu amigo para leva-lo à Jesus. Ele vai anunciar a Natanael sobre Jesus dizendo ter encontrado a resposta de suas buscas.
Filipe tipifica a classe de crentes que, ao serem encontrados e chamados à salvação por Jesus, não se contentam em guardar as boas novas, mas também anunciam-na a todos, principalmente aos amigos.
É interessante notar que ele não precisou duma manifestação evidente e gigante do poder de Jesus para crer e para anunciar a Natanael. Tudo o que ele viu sobre Jesus foi João Batista aponta-lo dizendo ser Ele, não o Rei dos Reis, ou o SENHOR dos exércitos. Mas apenas chamou-o de “Cordeiro de Deus” e isso lhe bastou.
Este homem que era bastante indeciso em suas coisas e tinha uma visão pessimista sobre os fatos, pela Graça de Deus agindo ativamente em seu coração, não titubeou naquele instante, mas respondeu ativamente e firmemente ao convite de Jesus e atendeu firmemente ao chamado eterno de torna-lo conhecido. Assim como André, que era o evangelista de pessoas e não de multidões e que começou chamando seu irmão Pedro para conhecer à Jesus, assim, também, Filipe começou sua caminhada evangelizando à seu amigo mais chegado, Natanael.
3 – COMIDA PARA UMA MULTIDÃO
Nos poucos momentos em que temos Filipe em primeiro plano, todos no evangelho de João, vemos um pouco da essência da sua velha natureza. Um desses episódios é quando da multiplicação de pães e peixes, registrado em João 6. Já falamos sobre esse episódio quando estudamos a pessoa do Apóstolo André, mas agora o veremos a partir de Filipe.
Diante daquela multidão incontável, - sim, incontável. O texto relata apenas o número oficial de homens ali que eram de 5 mil. Não foram somados, mas também certamente se faziam presentes, mulheres e crianças – surge um novo desafio: alimentá-los. Quando João registra esse episódio, ele descreve a pergunta que Jesus dirigiu diretamente à Filipe (Jo 6.5). Aqui, vemos a grandiosidade de Jesus. O verso 6 nos diz que Ele perguntou para experimentar este discípulo, pois Ele já sabia o que estava para fazer e, evidentemente, sabia qual era o pensamento e qual seria o comportamento de Filipe, haja visto que Ele conhece todas as coisas, inclusive as palavras antes delas nos chegarem à boca (Sl 139.1-4). Então precisamos nos questionar o por que dessa pergunta ser direcionada à Filipe e não a outro discípulo.
O líder entre os doze, e que costumava falar demais e agir antes de pensar, não tem uma participação ativa na narração que João faz do episódio. André aparece relatando que havia apenas um menino ali com uma quantidade ínfima de alimento, que mal daria para os discípulos de Jesus, quanto mais para a imensa multidão. Judas era o “tesoureiro” do grupo[7] (Jo 13.29). De todos os que poderiam ser diretamente envolvidos no episódio, Filipe era um dos menos prováveis. O que Jesus queria, então, como ele?
Primeiro, vemos Jesus testando a natureza de Filipe. Embora este estivesse caminhando na companhia divina de Cristo, ainda existia o clima de tensão entre a nova e a velha natureza. Assim como os demais estudados até aqui precisaram mudar sua natureza, Filipe também precisava ser lapidado, trabalhado e transformado definitivamente pelo Senhor. Suas experiências com o Messias ainda tinham de mudar seu caráter e natureza. Como era pessimista e indeciso, sua natureza e forma de pensar deveriam mudar e era isso que Cristo quis manifestá-lo: ele ainda não havia mudado.
Segundo, Jesus testa sua fé. É absolutamente verdade que os recursos eram pouquíssimos naquela ocasião. Contudo, Felipe já havia presenciado outros milagres como a transformação de água em vinho, numa festa da Galiléia (Jo 2.1-12), viu algumas curas (Jo 4.46-54; 5.1-18;) e muitos outros milagres registrados nos demais evangelhos até a chegada deste momento da multiplicação de pães e peixes. Ele já havia experimentado o poder transformador de Jesus com elementos e em circunstâncias que lhe eram desfavoráveis. O que poderia impedi-lo nesse instante? Note bem que João deixa claro que Jesus fazia isso para testá-lo, pois já sabia bem o que estava por fazer (Jo 6.6). Filipe, se tivesse olhado para Jesus e lembrado de tudo o que Ele já fizera anteriormente, não temeria e nem duvidaria. Mas o inconstante e pessimista Filipe falou mais alto e sua fé lhe faltou. André foi crédulo, apesar da circunstância ruim e, mesmo sabendo dos parcos recursos, confiou-os à mão de Jesus. Filipe fez o oposto. Diante de Jesus, lembrou-se bem da pequenez dos recursos, olhou as probabilidades naturais e desistiu. Ele ainda precisava aprender sobre a natureza da fé (Hb 11.1-3) para vivenciar as palavras de Jesus: “Se tiveres fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele passará” (Mt 17.20). Filipe, em sua velha natureza era tão incrédulo quanto qualquer um de nós provavelmente seria naquela mesma situação.
4 – A VISITA DOS GREGOS
Como visto no texto que tratou sobre André, aquele levou os gregos até Jesus, a pedido de Filipe, afinal de contas, André era o responsável por conduzir pessoas até Jesus, independente de quem eram ou do que faziam. Mas, naquela ocasião os gregos que foram procurar a Jesus se dirigiram diretamente à Filipe (Jo 12.20-36). Isso demonstra que, de alguma forma, a parte burocrática do grupo, ou operacional, estava diretamente nas mãos deste discípulo[8]. Filipe sabia como fazer para que as pessoas fossem levadas até Jesus, embora ele não fosse quem estava acostumado à introduzi-las em Sua presença, legando tão função à André, que estava habituado a esta situação. Naquele instante, Filipe aprendeu que Jesus jamais lançará fora os que o Pai lhe conceder e forem até ele (Jo 6.37). Jesus estava mostrando a eles que o reino seria ampliado e não mais seria o reino de Israel, mas tonar-se-ia o reino universal de Jesus. Filipe era a pessoa dos protocolos, mas aprendeu que não existem protocolos para conduzir pessoas até Jesus. Quando se trata de levar o pecador até Jesus, seus discípulos não podem se perder em detalhes, esquecendo do foco: a Salvação pela graça, oferecida à todos os povos[9].
5 – O CENÁCULO
O último momento em que as Escrituras registram alguma palavra de Filipe revela para nós que ele ainda estava  perdido em seus pensamentos e ainda procurando por mais sinais da essência de Cristo para poder definitivamente reconhecer a pessoa de Deus diante dele, na encarnação. João 14 narra as palavras de despedida de Jesus quando foram participar da páscoa e Jesus instituiu a “Santa Ceia”. Ele já havia ensinado uma valiosa lição de humildade aos seus discípulos que ainda insistiam em ser arrogantes e discutir quem deles seria o maior. Agora, com suas palavras finais e com Seu testemunho sobre a sua missão na terra e, após a ascensão, sua missão nos céus, Jesus houve duas respostas decepcionantes. Primeiro a de Tomé, quando este lhe diz: “Senhor, não sabemos para onde vais, como saber o caminho?” (Jo 14.5). A segunda, ainda mais decepcionante, foi a de Filipe dizendo: “mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (14.8).
A resposta de Jesus revela a incoerência da fala de Filipe. Jesus lhe diz que estavam há tanto tempo com Ele e ainda não o conheciam. Como isso seria possível? João nos diz que quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós a sua glória foi visível (Jo 1.14). Mas Filipe ainda não havia enxergado a dimensão dessa glória. Ainda não havia percebido que quem vê Jesus, vê ao Pai, pois Eles são um.
Em sua última noite, antes da traição e quando, efetivamente, o ministério terreno de Jesus estava chegando ao final e culminaria, no dia seguinte, na Cruz, Jesus teve de ouvir as palavras cegas e incrédulas de Filipe, mas pôde ensiná-lo a ver a verdade em Sua face. A missão de Jesus chegava ao fim. A de Filipe estava apenas começando.
6 – SUA MORTE
Filipe não foi diferente dos demais companheiros. Sua vida foi entregue ao Pai e à Cristo. Sua morte, pelo evangelho de Cristo, também foi semelhante aos seus companheiros. Existem alguns rumores quanto ao modo de sua morte. Mas a tradição histórica mais aceita nos diz que ele foi um exímio pregador do evangelho na Frígia (Ásia menor), morrendo cerca de oito anos após a morte de Tiago, por apedrejamento[10], em Hierápolis. Sem dúvida alguma, foi um mártir do Reino. Seu pessimismo, sua velha natureza e a falta de fé, finalmente, foram vencidos. Agora, não mais pedia para ver ao Pai. Lutou por ter visto Sua face, viveu na esperança de tornar a vê-la e morreu por Jesus, como um resoluto fiel no Senhor.
CONCLUSÃO
Filipe era burocrático demais. Por vezes, sua burocracia tapou seus olhos e, por não ver os recursos necessários em algumas situações, seu pessimismo cegou-o a ponto de agir de forma incrédula. Mas Deus, em Cristo, abriu-lhe os olhos da fé e ele pôde ver muito mais do que apenas os recursos sendo transformados por Ele. Pôde, finalmente, ver o Pai em Cristo, seu Senhor. Foi um exímio pregador e evangelizador, primeiro dos mais próximos (Natanael), até aos mais distantes (Frígia), enquanto viveu. O Apóstolo que fazia as contas, agora não precisava mais fazê-las. Não dependia mais do que possuía e sim da graça de Cristo. E ele aprendeu essa valiosa lição.
APLICAÇÃO
Existem muitas pessoas como Filipe, nas Igrejas, hoje em dia. Pessoas que estão preocupadas demasiadamente com o processo e esquecem que vivemos num reino sobrenatural. Não que estas pessoas devam viver com a cabeça nas nuvens, mas precisamos aprender a confiar mais em Deus, DONO E SENHOR DE TODAS AS COISAS, do que nos perder observando os recursos que dispomos.
Também é válido lembrar que as amizades são a chave da evangelização[11]. Pessoas como Filipe, assim que encontram a Cristo, não se contentam e passam a mostra-Lo e anuncia-Lo a todos ao seu redor. Queira Deus que sejamos como ele nesse sentido e passemos a levar as pessoas ao nosso redor para verem o Cristo, aquele a quem encontramos e que é o cumprimento perfeito das promessas de Deus.
Ore para que, como Filipe, seus olhos espirituais sejam abertos. Ore para ser trabalhado efetivamente na fé em Jesus. Esteja sempre pronto a conclamar para que esteja a “Igreja, Alerta[12]”, como o poeta e ore para que sejas despertado para tão grande missão, abrindo mão do pessimismo e confiando inteiramente no poder do Senhor Jesus e em seus recursos.


1 É Tempo! É tempo, o Mestre está chamando já!
Marchar, marchar, confiando em seu amor!
Partir, partir, a salvação a proclamar,
Cumprindo ordem santa do bom salvador!
Marchar, sim, avante!
Marchar, sim, erguendo o seu pendão real, avante!
Sim, avante! Unidos sempre, firmes avançai!
“Glória! Glória!” Eis que canta a multidão!
Consagrando todo o vosso coração,
A Jesus obedecei, seu querer executai,
Entoai louvores altos! Avançai!
2 Levemos luz aos povos e nações pagãs
Que vivem longe, além do imenso mar.
Oh! Vamos lá levar-lhes novas de amor,
Sem esquecer aqui também de semear.
3 Desperta, Igreja! E vem o teu querer cumprir.
A todos faze a Cristo conhecer!
A tua mão estende, com paciente amor,
Ajuda-os em Jesus, a vida receber
4 Igreja, alerta! O dia prometido vem,
No qual Jesus, o Salvador, virá!
Por toda parte, o vitorioso Redentor
Eterna glória e honra e louvor terá!
(F. J. Crosby – A. J. R. da Silva)




[1] Adaptado do livro: MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed.
[2] Sugestão de leitura semanal: D – Mt 6.19-21 Não seja servo do dinheiro; S – Sl 67 Deus nos abençoa para sua glória; T – Lc 14.25-33 Seguir Jesus exige abnegação; Q – 1Pe 5.6-11 Descansando na Graça de Deus; Q – Lc 9.57-62 Quem segue Jesus não deve olhar pra trás; S –1Tm 6.3-10 A raiz de todos os males; S – Fp 4.10-20 O Contentamento em Deus.
[3] Lembremos que a concepção de “mundo” naqueles dias eram completamente diferentes das nossas concepções de mundo. As américas, obviamente, ainda não haviam sido descobertas. O mundo se resumia, na visão deles, na Europa, África e parte da Ásia.
[5] Esse é um dos aspectos dos quais Paulo afirma que Cristo veio na “Plenitude dos tempos” (Gl 4.4). Para maiores informações sobre este tema, assista: https://www.youtube.com/watch?v=SHUPGIUzCzw. Acessado em 27/06/2015
[6] Sobre o chamado de Natanael, veremos nas lições a seguir.
[7] Estudaremos essa “função” de Judas, quando chegarmos na lição que trata sob seu caráter.
[8] MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed. Pp 127.
[9] Isso não significa que vale tudo para evangelizar alguém. Nâo podemos ultrapassar os limites estabelecidos pela própria Bíblia a respeito do que Deus é, do que faz e como faz. Não podemos nos perder em detalhes e protocolos de métodos humanos. Mas não podemos desprezar o conteúdo salvífico do Evangelho.
[10] MACARTHUR, John. Doze homens comuns. A experiência das primeiras pessoas chamadas por Cristo para o discipulado. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2011, 2ª Ed. Pp 131.
[11] ALDRICH, Joseph C. Amizade, a chave para a evangelização. São Paulo: Editora Vida Nova. 224p.
[12] Nº 287 do Hinário Novo Cântico, da Igreja Presbiteriana do Brasil