quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Nessa época do ano é comum fazermos retrospectiva de nossas vidas a fim de avaliarmos tudo o que ocorreu conosco no ano que está finalizando e criamos expectativas para o ano que se inicia. Certamente, se você avaliar todo o decurso de 2015 será capaz de listar tanto momentos bons, quanto momentos não tão bons aos teus olhos. Não podemos escapar de fazer ponderações sobre o ano em questão para manifestarmos gratidão ao nosso Deus e reconhecer Sua destra ao nosso redor, sustentando-nos nos momentos de maior necessidade. O salmista, no Salmo 66, faz uma retrospectiva de sua história e, por meio dela, aprendemos a fazer o mesmo com a nossa vida, abstraindo boas lições que nos encorajam a louvar ao nosso Deus e a reconhecer seus feitos, manifestando nossa gratidão ao Senhor por tudo, atendendo ao ensino do ap. Paulo quando conclama a Igreja a dar graças a Deus por tudo (1Ts 1.16). A seguir, veremos alguns dos ensinos extraídos do Salmo 66:
1) Entre os versos 5-7 o Salmista convida os seus ouvinte e/ou leitores a verem os tremendo feitos do Senhor quando este auxiliou e ajudou-os em momentos de maior dificuldade, sendo o socorro sempre presente (Sl 46.1) contra os inimigos, quando relata as nações rebeldes, bem como o Deus que tornou o impossível, possível, haja vista que para ele não há impossíveis (Lc 1.37), quando o salmista cita a abertura e travessia do mar vermelho (Ex 14) e do Rio Jordão (Js 3). Olhando a nossa história, é preciso que vejamos o socorro e auxílio do Senhor em tempos de dificuldades. Certamente, muitos momentos difíceis passam pela sua cabeça, olhando para o transcorrer do ano que se finda. Mas, apesar dessas dificuldades e desses momentos difíceis, é preciso que olhemos e reconheçamos o modo maravilhoso com o qual o nosso Deus nos auxiliou e ajudou em todos eles, indiscutivelmente e sem qualquer sombra de dúvidas. Deus nos ajudou e nos conduziu nas dificuldades.
2) Entre os versos 8-12, o salmista suscita o louvor do Senhor pelo fato de reconhecer que Deus permitiu, conduziu e presidiu todos os momentos de provações, inclusive nas derrotas e nas humilhações passadas, em que o salmista reconhece ser da autorização de Deus. Suas palavras são o reconhecimento do que Jó também declarou ao dizer que poderia receber também, de Deus, aquilo que era mal (Jó 2.10). Interessantemente, sua conclusão, ao final, era de que tudo aquilo ocorreu para que fosse conduzido para um lugar espaçoso, um lugar bom, um lugar que recompensou tanto as lutas que mereceu admiração e reconhecimento deste feito da parte do Senhor. Nesse aspecto, nós também precisamos, ao olhar para o nosso ano, perceber os momentos de frustrações e decepções, além das lutas e reconhecer a soberana mão de Deus conduzindo a todas as coisas, inclusive nossas lutas que estão dentro dos eternos propósitos de Deus. Podemos não ter entendido quando atravessamos tais circunstâncias e é bem possível que até o momento nós ainda não tenhamos compreendido plenamente o propósito de Deus em nos permitir passar pelos momentos de angústias e aflições que certamente, todos nós atravessamos em 2015. Apesar disso, precisamos confiar plenamente na graça, no poder e na soberania de Deus na história de nossas vidas, de maneira que possamos exclamar o mesmo que Paulo: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rm 8.28). Quando confiamos em Deus e estamos certos de sua soberania e poder, por mais que tenhamos dissabores, reconhecemos que tudo está ao alcance e no controle das mãos do Senhor de forma que nada, nem aquilo que nos parece ruim de incorrer e ocorrer, foge a esta soberania. Com o salmista, somos convidados a louvar a Deus pelas aflições.
3) Já entre os versos 16-20, o salmista conclama a todos que temem a Deus a ouvirem o Seu testemunho de que Deus ouve a oração do seu povo. O salmista reconhece que quando clamou a Deus, Ele o ouviu e atendeu sua oração, manifestando sua graça em resposta à sua súplica. Olhando nossa própria história, precisamos reconhecer que Deus, inúmeras vezes, ouviu, atendeu e respondeu aos nossos clamores, manifestando, igualmente a sua graça. O nosso problema é com o tempo e com a forma como Deus responde a cada um de nós. Mui raramente o tempo é de acordo com o nosso querer e a resposta consoante ao nosso desejo. Precisamos aprender a esperar pela resposta de Deus, sabedores de que Ele jamais faz-se de surdo aos nossos clamores. É bem possível que o Senhor responda-nos com um sonoro “não”, mas isso, de modo algum, pode ser encarado como falta de resposta da parte de Deus. Seu silêncio também é resposta as nossas orações e não podemos nos esquecer disso. Quantas vezes você clamou a Deus no decorrer deste ano, sejam por coisas simples ou pelas mais complexas, e Deus atendeu, manifestando sua graça e poder? Deus tem atendido a voz da nossa oração, e por isso ele é bendito, pois não nos deixa sem respostas.
Diante do exposto aqui, fica claro que ao fazermos uma retrospectiva de nossa vida, também temos a necessidade de reconhecer a inúmera quantidade de motivos para agradecer a Deus pela condução de nossas vidas ao longo de 2015. Mas nossa gratidão não deve ser apenas de lábios, mas deve ser acompanhada de atos que demonstrem mui claramente tal gratidão. São elas a nossa dedicação em cumprir o que outrora prometemos a Deus (13-15), quando dissemos que viveríamos para Ele e nos dedicaríamos em Seu serviço e, também, no testemunho e na proclamação do que tem ele feito por nossas vidas (1-4). Não há outra forma de agradecer a Deus por todos os seus benefícios para conosco, exceto viver pra de forma que agrade-o (Sl 116.12-14). Como exclamação máxima de nossa gratidão, tornemos as palavras do poeta nossa oração de Ações de Graças[1].
Graças dou por esta vida,
Pelo bem que revelou.
Graças dou pelo futuro,
E por tudo que passou.
Pelas bênçãos derramadas,
Pela dor, pela aflição,
Pelas graças reveladas!
Graças dou pelo perdão.
Graças pelo azul celeste
E por nuvens que há também,
Pelas rosas do caminho,
E os espinhos que elas têm,
Pelas noites desta vida,
Pela estrela que brilhou,
Pelas preces respondidas,
E a esperança que falhou.
Pela cruz e o sofrimento
E afinal ressurreição!
Pelo amor que é sem medida,
Pela paz no coração,
Pela lágrima vertida,
E o consolo que é sem par.
Pelo dom da eterna vida,
Sempre graças hei de dar!




[1] Hino “Ações de Graças”. Nº 61 do Hinário Novo Cântico.