terça-feira, 7 de setembro de 2021

Independência do Brasil

 



Hoje, 07 de setembro, comemoramos 1989 anos desde que Dom Pedro, então Príncipe Regente, do Brasil, proferiu as palavras que ficaram eternizadas na história deste pais: Independência ou Morte. Este evento, a quase 2 séculos, resultou na separação do Brasil e da coroa portuguesa de forma que este, agora, teria a oportunidade de andar com as próprias pernas e se tornar uma nação independente e autônoma, combatendo os males que já perduravam desde que Pedro Alvares Cabral chegara por aqui, em 22 de Abril de 1500 d.C. Esta parte da história a maioria de nós, se não todos, sabemos. Mas o que levou a separação do Brasil de Portugal e que fez Dom Pedro proferir este brado de Independência? Vejamos um pouco do Contexto desse evento:

“O século XIX foi marcado pelo domínio do imperador francês, Napoleão Bonaparte. Esse constituiu um império europeu e as nações dessa região viam-se obrigadas a obedecer as condições estabelecidas por ele. Napoleão tinha como principal inimigo a Inglaterra. Por isso, o imperador instituiu aos países aliados que quebrassem vínculos com a nação inglesa. Diante desses aspectos, Napoleão estabeleceu o Bloqueio Continental afim de gerar impacto econômico no oponente e fortalecer a França. Obs.: o Bloqueio Continental aconteceu em 21 de novembro de 1806 e consistiu na proibição das nações sob o domínio da França de comercializarem com os ingleses. Esse acontecimento gerou o fechamento dos portos de países europeus à Inglaterra. Portugal era aliado a Inglaterra. Nesse período quem governava a nação era D. João. Esse sofreu pressões da França para que fechasse os portos para os ingleses, sob ameaça de invasão francesa. Diante desse dilema, D. João e os membros da Família Real fugiram para o Brasil. Os ingleses protegeram Portugal durante a fuga da corte para o Brasil. Porém, eles exigiram que os lusitanos adotassem algumas deliberações como o fim do pacto colonial e o acesso livre ao comércio no país.”[1] “A Família Real chegou no Brasil, no dia 22 de janeiro de 1808, em Salvador-BA. Ele cumpriu a exigência feita pelos ingleses e estabeleceu o Decreto de Abertura dos Portos do Brasil aos países amigos de Portugal.”[2]

Em 1816 a rainha Dona Maria I veio a Falecer e seu filho, Dom João, passou a reinar o Reino de Portugal, Brasil e Algarve. Em 1818 ele foi coroado rei e passou a ser chamado de Dom João VI.

Nesse período o Brasil passava por grandes revoluções separatistas, pois desde aquela época, a carga tributária era altíssima e a riqueza do país não era investida aqui, mas ficava à mercê da corte portuguesa e dos nobres e sendo levada, por meio de impostos, para Portugal. Algumas das principais revoluções separatistas foram: 1) Inconfidêcia Mineira, que em 1789 marcou a revolta dos “donos de minas, ricos comerciantes, intelectuais, pobres e militares. Eles protestavam contra os altos impostos cobrados por Portugal e pela Independência do Brasil. Os principais inconfidentes foram Álvares Maciel, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Cláudio Manoel da Costa e Silva Alvarenga. O líder dessa revolta foi Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. “; 2) Revolta dos Alfaiates, ou conjuração baiana, “foi uma revolta ocorrida em Salvador-BA, em 1798. Além da independência do Brasil eles exigiam o fim da escravidão, uma política republicana e o livre comércio. Os líderes foram: João de Deus Nascimento, Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga, Lucas Dantas do Amorim Torres e Manoel Faustino dos Santos Lira.”

Em 1808, como resultado da aliança entre Portugal e Inglaterra, os portos brasileiros foram abertos aos aliados por decisão de Dom João e deixou de ser exclusividade portuguesa. Isso, comercialmente, melhorou a situação do Brasil. “Mudanças sensíveis aconteceram no Brasil nesse período, que ficou conhecido como Período Joanino. Essas mudanças ocorreram no campo culturaleconômico e até mesmo político.” Com esse feito dos portos, muitas outras situações melhoraram para o Brasil nesse período Joanino. “Isso era muito importante, porque, até então, os portos brasileiros estavam abertos apenas para embarcações portuguesas. A abertura desses gerou a possibilidade um leque de oportunidades econômicas que beneficiaria consideravelmente os comerciantes instalados em cidades, como o Rio de Janeiro, à época capital do Brasil.

Por meio de d. João VI, também foram tomadas medidas que permitiram a construção de universidades, teatros, bibliotecas etc. Artistas e intelectuais estrangeiros vieram para o país, e a circulação de conhecimento nele aumentou consideravelmente. Apesar disso, a situação era razoavelmente estável, com exceção de Pernambuco, que sediou a Revolução Pernambucana de 1817.” Esta revolução ocorreu como resultado da morte do brigadeiro português Manoel Joaquim Barbosa de Castro. O brigadeiro português foi morto quando estava cumprindo as ordens do governador local de prender o capitão José de Barros Lima, denunciado por participar de uma conspiração. Barros Lima reagiu à voz de prisão, o que resultou na morte de Castro. Após esse evento, a revolta espalhou-se por Recife e levou à tomada da cidade pelos revolucionários. O governador da capitania de Pernambuco abrigou-se em um forte local, o Forte do Brum, e logo embarcou para a cidade do Rio de Janeiro. Após conquista de Pernambuco, os revolucionários instalaram um Governo Provisório.

Esse Governo Provisório aprovou uma série de medidas que foram colocadas em vigor: foi proclamada a República na Capitania de Pernambuco, decretada a liberdade de imprensa e credo, instituído o princípio dos três poderes e aumentado o soldo dos soldados. Todas essas mudanças iam em direção dos ideais liberais”[3]

Entretanto, antes evento, já em 1815, Dom Pedro Elevou o Brasil do status de colônia portuguesa para parte do Reino de Portugal, fixando o nome de “Reino de Portugal, Brasil e Algarves”.

Em 1820 houve, em Portugal, a revolução dos portos. Este era o movimento dos burgueses portugueses que exigiam que a sede do reino de Portugal fosse lá e não aqui. Isso provocou a necessidade de Dom João VI retornar para Portugal e realizar diversas reformas, em 1821, sob a ameaça de deposição do trono. Este deixou em seu lugar, aqui, o Príncipe Regente Pedro de Alcantara, que passou a chamar-se Dom Pedro I. “A independência do Brasil aconteceu na medida em que a elite brasileira percebeu que o desejo dos portugueses era restabelecer os laços coloniais. Quando a relação ficou insustentável, o separatismo surgiu como opção política, e o príncipe regente acabou sendo convencido a seguir esse caminho.”[4]

Em 1822 Dom Pedro Recebe um ultimato de Portugal para retornar àquele Pais. Mas diante de sua popularidade aqui no Brasil e tendo recebido apoio do senado Brasileiro à época, em 09 de janeiro de 1822 este bradou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. Em Maio daquele ano ficou decidido que as decisões portuguesas só valeriam no Brasil se Dom Pedro as aprovasse. Muitos eventos e acusações foram promovidas por Portugal, e uma assembleia constituinte fora formada para promover uma constituição brasileira, reforçando a necessidade de declarar a Independência do Brasil, o que ocorrera às margens do Ipiranga, em 07 de setembro. Vale destacar a influência de José Bonifácio, conselheiro de Dom Pedro I, e de Dona Maria Leopoldina, a princesa regente. Depois disso houve reações que levaram à guerra da independência do Brasil e este teve de pagar indenização à Portugal no valor de 2 milhões de libras, fazendo o Brasil, única monarquia na américa do Sul, ao endividamento. Dom Pedro, coroado Imperador, inaugurou a fase chamada de Primeira Monarquia (1822-1831) Nesse período Dom Pedro e Evaristo da Veiga compuseram o “Hino da Independência”, cujos primeiros versos, dizem: “Já podeis, da Pátria filhos, Ver contente a mãe gentil; Já raiou a liberdade No horizonte do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil.” Este hino, após a abdicação d trono por Dom Pedro, ficou esquecido como símbolo Nacional, sendo resgatado somente em 1922, e somente em 1930, pelo ministro Gustavo Capanema, é que fora regulamentado como o temos, hoje. Em 1831 é composto o “Hino Nacional Brasileiro” e em 1890 surge o hino da “Proclamação da República”.

Nesse período de história, desde a sua independência, o Brasil passou por Monarquia, República, Ditadura e democracia, que se subdividem em diversas outras fases. Porém, em mais de 500 anos de história e em 199 de “liberdade”, o histórico do Brasil segue triste, pois quase 200 anos depois ainda contamos com a desigualdade social, dívidas externas e internas e uma briga para que, de fato, nos tornemos uma nação soberana e independente. Nosso Desejo, expresso em nossos hinos oficiais, segue sendo: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz Nós nem cremos que escravos outrora Tenha havido em tão nobre País Hoje o rubro lampejo da aurora Acha irmãos, não tiranos hostis[5]”; “Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado E diga o verde-louro dessa flâmula Paz no futuro e glória no passado Mas, se ergues da justiça a clava forte Verás que um filho teu não foge à luta Nem teme, quem te adora, a própria morte[6]”; “Os grilhões que nos forjava Da perfídia astuto ardil... Houve mão mais poderosa: Zombou deles o Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... temor servil: Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil[7].”

Aos meus irmãos cristãos, conclamo como o poeta: “Do vasto Mato Grosso Até ao Ceará, Por vilas e cidades Do Sul ao Grão Pará, Deste Evangelho santo Que nos legou Jesus, Ao povo brasileiro Levemos nós a luz![8]” Que Deus liberte o Brasil dos seus algozes e que abençoe cada Brasileiro com Sua graça e poder. Que levemos adiante a palavra do Salmista: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança.” (Sl 33.12).



[1] https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/independencia-do-brasil

[2] Ibid.

[3] https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/a-revolucao-pernambucana.htm

[4] https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/independencia-brasil-1822.htm#:~:text=A%20independ%C3%AAncia%20do%20Brasil%20foi,uma%20monarquia%20que%20tinha%20d.

[5] Hino da Proclamação da República Federativa do Brasil. Disponível em: https://www.letras.mus.br/hinos/hino-da-proclamacao-da-republica/

[6][6] Hino Nacional Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm

[7][7] Hino da Independência do Brasil. Disponível em: https://www.letras.mus.br/hinos/hino-da-independencia/

[8] Igreja Presbiteriana do Brasil. Hino “A salvação do Brasil”. Nº 285 do Hinário Novo Cântico.

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